Nessa minha estadia em Fortaleza, tive experiencias inesquecíveis, de grande valor humano e espiritual, particularmente quando fui procurado por duas mães que sofreram a perda de seus filhos, ambos assassinados. Uma das mães era espirita. A outra, estava pela primeira vez numa palestra da doutrina, levada pela senhora em cuja casa ela trabalha como secretária do lar. Uma criatura simples, de uma grande resignação, embora a imensa dor que lhe caracterizava o semblante. Aliás, as duas apresentavam grande valor de conformação.
Pude presenciar, ali, o valor que a fé produz nas vidas. Ainda que sem ser espírita, a senhora simples guardava uma fé ( que em todos os seguimentos religiosos existe, claro ) em Deus, que lhe deu, inclusive, a capacidade de perdoar o algoz do filho. Fiquei extremamente sensibilizado e tudo fiz, dentro de meus parcos recursos, para aliviar aqueles dois corações angustiados por tamanha dor. Na verdade, o Senhor estava a me trazer imensa lição, a fim de avaliar minha própria confiança ante os percalços da vida. E se fôssemos nós a sofrer o desencarne de um filho nas condições amargas que aquelas mulheres haviam sofrido ?
Difícil precisar, dimensionar ou, até mesmo, imaginar nosso comportamento apenas levantando hipóteses. Sabemos, apenas, que nunca é fácil para uma mãe ou um pai a separação de um filho em condições brutais. Fiquei com um grande sentimento na alma por aquelas dois corações, símbolos das lutas no planeta e dos sentimentos mais belos atingidos pela dor profunda da desencarnação em condições trágicas. Deus lhes ampara. O socorro dos céus era visível e o contato com as duas foi uma oportunidade de captar as luzes do mais alto derramadas sobre as feridas humanas. Que Deus as inspire e em breve possam ter a total superação dessa dor, prosseguindo, como estão fazendo, na jornada da Terra com olhos postos no futuro glorioso.
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