É comum escutarmos a expressão: como é difícil ser o que desejamos...! Isso no tocante aos valores espirituais. Recordo, ainda, o grande apóstolo dos gentios, Paulo de Tarso, afirmando que " o mal que não desejo fazer este o faço, no entanto, o bem que desejo fazer, este não o faço". Ora, estes elementos merecem, de nossa parte, uma bela reflexão. Somos suscetíveis de erros e ainda necessitamos lutar com a realidade interna que clama por transformação. Isto, no entanto, não deve nos desanimar. O mérito está exatamente na dificuldade. Grande conquista se dá na alma por intermédio, precisamente, da nossa condição humana. De alma nua,sem receio de encarar à si mesmo, podemos estender a compreensão sobre nossas limitações e às dos outros, favorecendo a indulgencia e a tolerância, alem de estimular a determinação de nossas forças na direção da renovação.
Quem não está sujeito às explosões da personalidade ? Quem estaria isento de um momento de inquietação ? Devemos, no entanto, não utilizar isto como desculpa para permanecer os mesmos e sim, como parâmetro sobre aquilo que necessitamos realizar em nós no processo de evolução. A vida é um grande poema, amigos, e tudo canta a alegria dos céus com a epopéia da nossa evolução. A alegria de viver deve ser buscada em todas as circunstâncias de nosso caminho. Isto nasce, tambem, da certeza de que somos profundamente amados por Deus e que suas Leis expressam, sempre, este Amor. Lições e lições. Aprendizados múltiplos e oportunidades sem conta para que venhamos a fazer todo o bem ao nosso alcance. Nos acenderemos mais rapidamente na produção do Bem. Ajudar e ajudar sempre, tal a lei. Este o caminho. De alma nua, transparente. Translúcida. Amorosa.
Achei o texto "Almas Brancas" do livro Pérolas literárias muito interessante, por isso compartilho com todos do Blog:
ResponderExcluirAlmas Brancas
(...)
Sou mais amigo dos grandes pecadores tornados santos dos que dos justos perseverantes. Aos imperturbavelmente brancos tenho-lhes medo; um medo de criança travessa ante o pai severo. Aos outros tuteio-os como Deus. Estão mais perto do meu espírito, porque caíram e mais próximos de minha esperança, porque puderam levantar-se. São as ovelhas desgarradas da parábola, após as quais vai o bom pastor deixando no redil as boas e por cujo achado há mais regozijo nos céus do que pela perseverança de muitos justos. A impecabilidade é inclinada a julgar duramente e a condenar sem apelação (também o farisaísmo). O arrependimento é inclinado a absolver e a salvar. Tem este supremo argumento: “Eu caí e fui perdoado. Perdôo aos que caem”. A impecabilidade admoesta, o santo branco diz: “Ai de ti”. O santo purificado diz: “Pobre de ti”. O impecável diz: “Expia”. O arrependido diz: “Chora comigo”. Todas as caídas são desculpáveis para o que caiu e soube levantar-se. Ao evangelhista lhe diria eu: “Senhor”; a Francisco de Assis lhe diria eu: “Irmão”.”