Quem não acompanhou os dois primeiros textos sobre os essenios, leia as duas postagens abaixos. E gostaríamos de acrescentar sobre esse interessante grupo religioso, que ele tinha a facilidade de adaptar seus ensinamentos a outros seguimentos, como forma de fugir das perseguições. Como estudavam outros ensinamentos alem dos seus, os essenios desenvolveram uma grande cultura religiosa e adquiriram esta habilidade de "disfarçar" os conhecimentos, inserindo-os em algumas culturas religiosas. Como era um núcleo iniciático, existiam vários graus de ascenção. Os ensinamentos mais profundos, mesmo nesses casos em que "misturavam" seus ensinamentos à outros segmentos, eram reservados para aqueles que eram, de fato, seus iniciados.
Outra coincidencia para com os cristãos, é que eles ficaram conhecidos, tambem, como os irmãos do caminho, pela generosidade com que cuidavam dos mais necessitados, sobretudo, em casos de enfermidades. A mesma denominação com que os primeiros cristãos ficaram conhecidos. Junte-se a isso as características das comunidades cristãs primeiras, marcada pela igualdade, pela divisão do arrecadado com o trabalho para com toda a comunidade apostolar, exatamente como os essenios faziam.
A iniciação para tornar-se essenio começava na idade infantil. As crianças eram levadas pelos pais para serem instruídas e educadas por eles. Cresciam na disciplina moral e na devoção da seita. Em geral, tornavam-se adultos úteis e moralizados, nobres e compassivos. Desenvolviam, tambem, faculdades psíquicas, cada vez mais aprofundadas a medida que se avançava nas iniciações. Foram, portanto, precursores do cristianismo e, de alguma forma, do próprio espiritismo em alguns dos seus aspectos, como vimos nas tres postagens que fizemos.
Acho essa temática interessante! Não sou uma estudiosa no assunto, apenas curiosa, com isso, não tenho muito conhecimento acerca dos Essênios, então, vou escrever somente o que pude auferir diante das informações que chegou ao meu conhecimento sobre, e fazendo uso do ínfimo que sei. Acredito que não seja muito provável a existência de uma teoria pacificada acerca dos Manuscritos do Mar Morto, mesmo após o término das traduções e estudos sobre os mesmos. E por quê? Bom, esses textos foram escritos alguns em hebraico, aramaico e grego antigos... a problemática gira em torno da interpretação desses escritos... quando se sabe que essas línguas possuem muitas variações linguísticas que propiciam ampla flexibilidade nas interpretações, o grego principalmente. Por exemplo, nesses dias eu estava lendo um livro de Platão, que narra o julgamento de Sócrates... o tradutor é um especialista em língua e literatura grega da USP, e ele procurou dar uma interpretação a qual considerava ser a mais adequada para expressar os sentimentos de Sócrates nas suas argumentações, já que existem as chamadas expressões idiomáticas, em cada tempo e espaço, que são dificílimas de interpretar, muitas vezes dar-se significados aproximados, mas que em muitos casos podem não refletir o que realmente queria expressar. Acredito que surgirá uma gama de interpretações que dará margem a várias versões da mesma história, abrindo portas para muita polêmica que ao final restará a mesma dúvida que permeia os tempos atuais diante das antigas escrituras: Em quê acreditar? Estamos presos a teorias históricas... a vida na antiguidade, a meu ver, são juízos de fato que não há como ser valorado, devido ao tempo ser muito remoto; em outras palavras, estamos presos às conjecturas... que sempre dará margens para novas e infindáveis especulações com o passar do tempo.
ResponderExcluirOs Essênios eram povos que não compactuavam com as concepções dos Fariseus e Saduceus, já que repudiavam os Templos e festividades, consequentemente não eram a favor da ortodoxia, e sim de uma vertente do judaísmo mais mística, como o estudo da Cabbalah, por exemplo; por isso se instalaram no deserto, para buscarem a essência divina na simplicidade de vida, sem ostentações, e no silêncio... dedicado-se à cura dos males do corpo e da alma do ser humano. Então, eis que surge a questão: Jesus pregava nos Templos e participava de festas, como mostra em várias passagens do Novo Testamento; comportamento que não condiz, em parte, com os dos Essênios. Quanto ao celibato de Jesus... há a polêmica do seu suposto casamento com Maria Madalena... Enfim... veremos o que a ciência nos revela acerco da análise feita sobre os achados de Qumran. Como bem disse Shakespeare em Hamlet: “Existe mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”... Acrescento: e do que presume a nossa tão audaciosa ciência, que com todo avanço e aparato tecnológico ainda não desvendou os mistérios da construção das Pirâmides do Egito, das profundezas do mar insondável, e da infinidade da galáxia, onde até planeta de constituição similar aos diamantes sabe-se que existe, mas que está fora do alcance humano, sem mencionar a cura da AIDS, até então desconhecida e etc............. Quantas pessoas que são sumidades intelectuais, mas são tão vulneráveis moral e espiritualmente, se encarcerando em vícios efêmeros e na sua vaidade intelectual, acreditando saber muito, mas na realidade... o que conhecem é tão mínimo que não atinge o tamanho de um átomo. Temos muito ainda o que aprender em todos os sentidos! Comecemos, então, pela elevação moral. Sabe... para mim, o que vale mesmo é como conduzimos a nossa existência, e se nesse percurso fazemos todo o bem que estiver ao nosso alcance, em prol de nos burilar e auxiliar o nosso próximo, e nos relacionarmos harmoniosamente com o meio em que vivemos, respeitando os seus limites. Peço desculpas se me estendi muito no comentário... Que Deus abençoe a todos nós!
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