MUITOS VIRÃO

Hoje acordei um tanto reflexivo sobre a extensão das dores humanas. Em nossa Casa do Caminho, singela e pequenina célula de amparo espiritual, temos tido muitos exemplos da diversidade de problemas que atormentam bilhões de seres humanos. Ontem, por exemplo, tive mais uma noite em que a angústia, os problemas familiares, a depressão, os tormentos obsessivos que envolvem muitos irmãos do caminho chegaram, mais uma vez. em nossa oficina de amor. E confeso a voces que, de quando em quando, pesa-me esse aluvião de lutas. Temos que rogar à Bondade de Jesus nos ampare a todos. Sentindo-me pequenino ante esses tantos desafios a inúmeros corações, alimenta-me a alma e reconforta-me saber que vários espiritos mais evolvidos já estão entre nós, sendo que muitos deles já iniciaram suas tarefas e tantos outros estão na agulha, prestes a contribuir nessa seara de solidariedade e amor. E muitos virão. Muito mais virão.

A família humana vem crescendo consideravelmente e amplia-se o volume de corações que buscam o amparo da mensagem espirita, convidando-nos a redobrar esforços e a não deixar o posto de serviço. A causa necessita de mais operários. Multiplicam-se as atividades. A proporção entre os que choram e os que servem ainda é grande. Confesso que procuro por os olhos no amanhã para antever a chegada destes que estarão mais aquinhoados que nós mesmos e prosseguimos tentando ofertar o melhor.

Quando tenho notícias de um ou outro novo tarefeiro, dedicado e sensível, inteligente e abnegado, me alegro intensamente. Surgem os novos expositores, comoventes e de bela inspiração, e aparecem os evangelizadores com a alma posta na luz dos céus. Novos médiuns surgem no horizonte, com grande sesibilidade e capacidade de desempenhar produtivamente suas espinhosas e felizes tarefas. |Enche-nos de esperança e entusiasmo a chegada destes valorosos amigos. Ocuparão, breve, seus espaços e farão, com certeza,  melhor do que nós, o trabalho de arroteamento do solo, espalhando a semente e fazendo-a brotar, em forma de consolo e proteção, nas almas atormentadas que grassam no mundo.

Não estou pesaroso ( sei que este texto pode passar a impressão ), não. Estou esperançoso e, confesso, um pouco nostálgico. Quem sabe isso não é resultante do fato de, ante as agruras que nos tem chegado à nossa frente de tantos corações amargurados, eu ter pensado: "Ah, se o Mestre estivesse aqui, agora, ( em pessoa, claro!), como consolaria esta alma, como edificaria esta vida, como ampararia este irmão!"...mas, naquele instante, aquelas lágrimas só tinham a mim...!

Sei que os bons espiritos estão sempre conosco e não nos deixam órfãs. Ah! Que doce consolação.