Tenho encontrado, ao longo dessa já um tanto extensa jornada espírita, alguns amigos dedicados à mediunidade, em conflito pelo fato de terem recebido esta ou aquela comunicação assinada por um nome "famoso" nas lides espiritistas. Óbvio que, como todo e qualquer estudante do espiritismo, seguindo orientação do codificador, devemos sempre utilizar o bom senso e passar pelo crivo da razão, qualquer mensagem advinda do mundo espiritual. O conhecimento do que é esse mundo e de como ele é formado pelas almas dos homens que viveram na Terra ou em outros mundos, consequentemente, guardando as mesmas características do que temos na sociedade terrena, com seus defeitos e aspectos positivos, favorece e incentiva a prudencia que devemos ter à respeito da identidade dos espíritos que se manifestam por intermédio da faculdade mediúnica. No Livro dos Médiuns, Allan kardec destrincha com muita precisão o problema.
Dentro desse enfoque, o estudo doutrinário nos conduz, ainda, a privilegiar o conteúdo mais que o nome do missivista. Mais importante que a importância do nome que subscreve a mensagem é o valor moral desta, com seu cortejo de sabedoria, simplicidade e poder de síntese, próprios dos bons espíritos, sobretudo, dos espíritos superiores. Agora, importante, tambem, não cair nos extremos e a partir daí, rejeitar tudo e não entender algumas nuances do contato mediúnico. Claro que dissera o codificador ser melhor rejeitar nove verdades que aceitar uma só mentira, naturalmente quando há a mentira na situação. O que quero dizer é que muitos tarefeiros esforçados e leais deixam de veicular com mais segurança o que nos transmite orientadores abnegados pelo fato de achar que tal ou qual espírito não pode, jamais, se comunicar por seu intermédio. Até certo ponto isto é compreensível e até prudente, porem, não podemos dar como verdade absoluta a questão de que certos espíritos conhecidos não possam, em certas circunstâncias, trazer seu contributo por intermédio de nossas limitadas condições medianímicas. Eis a razão, tambem, de certos benfeitores utilizarem psudônimos e até "criarem" um nome singelo para não causar bloqueios no médium e dificuldades numa instituição.
Os espíritos afirmam que, muitas vezes, não se comunicam em função da insegurança do intermediário. Será que Joanna de Ângellis jamais se comunicaria por intermédio de um médium anônimo pelo fato dele não ter o nome e credibilidade do nosso admirado e querido Divaldo, o apóstolo da divulgação espírita? Na codificação, verificamos que os espíritos não são propriedades de médiuns. São almas independentes, com vontade própria e vão onde querem e, conforme seu grau de responsabilidade e luzes, atuam nos médiuns que o desejarem. Claro que Joanna provavelmente encontrará instrumentos sem a mesma "elasticidade", riqueza de cabedal moral e intelectual do Divaldo, no entanto, tentará, com certeza, enviar a mensagem, sabendo que ela será revestida pelos recursos do medianeiro, como acontece em qualquer comunicação espiritual. Humildade dos componentes de uma casa e, particularmente, do médium, alem do estudo doutrinário, são elementos fundamentais para que tudo se processe na devida segurança.
Mas o número de almas orientadoras e amigas com nomes sem maior significado para nós, aqui na Terra, é bem maior que os conhecidos. Podem até utilizar um nome que nos seja simpático para que uma mensagem necessária possa ser entregue aos homens na Terra, isso com a anuência entre eles, os desencarnados, da mesma maneira que espíritos mistificadores podem desejar enganar os seres humanos utilizando-se de nomes respeitáveis à nós. Voltamos, então, aos aspectos relacionados no início dessa postagem, concernente ao bom senso, razão e critérios de conteúdo a fim de frustarmos este engodo.
Médium algum encontra-se isento de ser enganado pelo fato de termos nossas imperfeições morais e trazermos comprometimentos de outras existencias, alem do que, muitas vezes os mentores podem permitir certas manifestações enganosas para servir de alerta a um grupo, levando-o à consciencia de que o estudo é imprescindível para a compreensão, bem como a reforma moral dos tarefeiros, garantindo a presença dos bons espíritos junto ao trabalho e às nossas vidas. Isso ocorreu na própria sociedade parisiense de estudos espíritas, dirigida por Allan Kardec.
Deixa em contar um fato ocorrido comigo e que, creio, serve de campo de estudo para todos nós. Soube disto neste final de semana. Um amigo muito querido, quando conversávamos na mesa do café da manhã, externou sua chateação pelo comentário de um trabalhador de uma conhecida casa espírita de Recife à respeito de minha pessoa. O companheiro que fez o comentário dissera, em sua instituição, que eu não teria capacidade de receber o Dr. Bezerra de Menezes. Me faltaria as condições morais e mediúnicas para tal. E, sinceramente, concordo com o comentário, e disse isso para o meu amigo. Ele não ficasse chateado com isso. Sem qualquer laivo de humildade, que não tenho, e sim por um pouco de consciencia sobre as minhas condições atuais, só posso concordar com o co-irmão que externou essa verdade. Só tem um aspecto aí que devemos levar em consideração: sabe aquela história do "só tem tu, no momento, então vai tu mesmo", ? pois bem. Tem mais. Quanto mais elevado o espírito, mais misericordioso este é, superando a pobreza dos instrumentos pelo tanto de amor que trazem na alma. Penso que isso justificaria algumas poucas mensagens atribuídas ao grande médico dos pobres por meu intermédio, quanto por outros tarefeiros por aí à fora. Reconhecendo minha imensa dificuldade de afinar-me com as vibrações elevadas e dulcurosas de Bezerra é que sempre preferi não veicular, na maioria de suas poucas "supostas" comunicações por meu intermédio, o nome dele, para que o esforço do apóstolo desencarnado, com o conteúdo que ele tenta trasmitir, possa vir à frente de seu nome. O conteúdo é infinitamente mais importante que o nome, não nos esqueçamos.
Sei que não só o Dr. Bezerra, assim como diversos servidores da luz elevadíssimos, se comunicam por médiuns limitados e desconhecidos nessa interiorzão do Brasil. E até atavés de mediuns sem disciplina e com vida problemática muitos benfeitores procuram ajudar a humanidade, em casos emergenciais. O compromisso de quem deseja atrair os bons espíritos é o esforço pelo seu desenvolvimento moral e intelectual, facilitando o intercâmbio e a vida desses magnânimos amigos do mais alto. Aperfeiçoamento moral para sintonizar mais amplamente nossas vibrações com as deles tanto quanto possível, e intelectual, para fornecer melhores recursos a fim de que possamos revestir a mensagem com a roupagem mais adequada possível.
Conteúdo, conteúdo. Esse o caminho da devida averiguação das comunicações que nos chegam pelas vias mediúnicas. Bom senso e crivo da razão, eis os instrumentos para aferição do conteúdo.