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sábado, 9 de agosto de 2014

O QUE DIZEMOS E NÃO FAZEMOS

Todos os movimentos religiosos convivem com os conflitos entre o que devemos ser e o que ainda não conseguimos. Na esfera das relações interpessoais, vivenciam o choque das cobranças entre os membros sobre o que se prega ou se estuda, e o que, efetivamente se consegue viver. No âmbito individual, núcleos de remorso aparecem, refletindo o desgosto íntimo das pessoas para com as quedas que se repetem. Elas são vistas, apenas, como quedas e não como lições, avaliações e aprendizado.

Essa situação perpetua a dificuldade que os agrupamentos religiosos terminam por apresentar no tocante a se verem como irmãos. Na dimensão da cristandade, a frase lapidar de Jesus: "Conhecereis meus discípulos por muito se amarem ", encontra obstáculo para ser vivenciada. Muitos tombam num quadro depressivo, outros se afastam e se isolam, caindo na vala do desânimo, do desalento.

Quando a comunidade espiritualista de todas as vertentes se ampararem no entendimento mais profundo, na solidariedade mais aguda, teremos a superação dos entraves que se colocam para as  conquistas que todos almejamos alcançar. Tem sido mais fácil a acusação de hipocrisia para com os que erram do que a aplicação do serviço de amparo e reerguimento que nos cabe à todos perante as fragilidades que apresentamos.

Um coração querido me disse, certa feita, em plena desilusão com o seguimento religioso a que se vinculava, que já pensava se não seria melhor ele tentar viver sozinho o esforço de iluminação, procurando servir ao próximo, sem estar submetido às incompreensões dos que conviviam com ele socialmente. Estava desencantado. Desejava continuar a servir ao Senhor sem vínculos com qualquer grupo.

Este estado de espírito é mais comum do que pensamos. Claro que isso não invalida o trabalho dos grupos religiosos de qualquer vertente mas coloco a situação como ponto de reflexão a fim de repensarmos como temos convivido com as dificuldades inerentes `a nossa condição humana. E nem acho que isso deva servir de acomodação para que não venhamos a justificar um possível pouco esforço para a superação das dificuldades que trazemos. Equilíbrio em tudo.

Se não fazemos ainda integralmente o que dizemos ou o que acreditamos, mantenhamos a perseverança para que venhamos, em breve, estar de acordo a consciência para com a fé. E aos que observam a dificuldade do irmão de jornada, a tarefa que cabe é a do amparo na oração, o socorro da conversa amiga e íntima, o olhar de indulgência e a disposição de auxiliar na correção de rumos. Afinal, quem de nós não necessita de tudo isso na própria vida? Qual de nós não precisou, precisa e, possivelmente não irá precisar da tolerância dos outros, em pleno caminho de dificuldades?

Atire a primeira pedra o que estiver sem pecados. A humanidade tem muito o que pensar sobre isso.

Um comentário:

  1. Olá, amigo querido. Tudo bem?

    Fred, venho encontrado com certa freqüência na literatura espírita referências a respeito da importância de servir à coletividade, ao bem comum. Como exemplo, encontramos na obra Sexo e Destino, de André Luiz e Chico Xavier, página 285, determinado instrutor espiritual elucidando que, “quanto mais valor demonstre para a coletividade, mais devotamento recebe das Esferas Superiores”. Também Emmanuel, na obra Fonte Viva, no capítulo intitulado Maioridade, página 59, relata que “segundo os princípios divinos, todo progresso legítimo se converte em bênçãos para a coletividade inteira”.

    Amigo, para você, como assim proceder? Como podemos ser úteis ao bem comum? Como servir à coletividade?

    Abraços fraternais, amigo querido.
    O Senhor o abençoe, sempre.

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