As chamadas "políticas afirmativas" foram necessárias - e ainda podem ser, dependendo de alguns fatores- no tocante à superação de qualquer tipo de preconceito. As mulheres, por exemplo, que sempre sofreram discriminação e eram tolhidas em sua capacidade de realização, precisaram desencadear um movimento para que essa injustificável condição fosse superada. Ocupam, na atualidade, merecidas posições no mercado de trabalho e na vida social, rompendo as estruturas equivocadas, de natureza machista. No início, necessitava de certa energia e isso fez com que a natureza desse esforço descambasse para uma visão competitiva entre o homem e a mulher. Com o tempo e o amadurecimento da sociedade e do próprio movimento, bem como de uma boa parcela dos homens, percebeu-se ( isto precisa ser aprofundado ) que a visão é de complementaridade. Um enriquece o outro, não se devem excluir. Um não tem que ser mais importante que o outro.
A sociedade mudou. A constituição familiar sofreu alterações dentro dessa nova realidade. O espiritismo, por exemplo, desde do século 19, aponta os direitos iguais para ambos. Direitos iguais para seres diferentes, com funções biológicas diferentes. E a visão reencarnacionista vem apontar que o espirito, para atingir a perfeição, passa pela fieira das vidas feminina e masculina. Ou seja, todos reecarnamos como homem e mulher. Diante disso, o que vale é o ser humano. E creio que esta é a próxima etapa. Não mais dia da mulher ou do homem, do negro ou do branco. Teremos o "dia do ser humano", até que todos os dias serão vistos como o dia da pessoa, que ama, sente, sonha, aprende, se frustra, se amargura e necessita tanto de solidariedade como de ser solidário. Este será o momento da maioridade existencial, social, espiritual. A felicidade do respeito à criatura humana, alma imortal e filha da luz, estagiando, temporariamente, na condição masculina ou feminina, de preto, branco ou moreno, brasileiro, japonês ou americano. Simplesmente, ser humano. Simplesmente, filho dos céus.
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