Muitas vezes não damos importância a uma segura amizade. Podemos esquecer certas características desse tesouro superior, sublime: a amizade verdadeira. De frente para o belo mar de Boa Viagem, em minha querida Recife, sou envolvido pelas vibrações indescritíveis de reencontrar um desses tesouros. Há muito ansiava reve-lo. Havia, por circunstâncias da vida, perdido contato com ele. Faláramos, a última vez. por telefone. E ali estava o amigo Geceraldo Cerqueira diante de mim, com sua querida companheira Didi. Nos abraçamos afetuosa e demoradamente. Sentamos num cantinho da calçada e esquecemos da hora. Quase duas horas trocando impressões sobre nosso ideal espirita e relacionando os desafios que ensinam.
Um amigo! Quanto calor emana de um verdadeiro amigo. Tenho muitos. Sei que recebo esse calor a que me refiro. Sinto a emoção dessas almas quando nos vemos e elas podem sentir o mesmo emanando de mim. Nem sempre podemos estar juntos. O estar junto fisicamente é detalhe. Estar na alma e no coração é tudo. Eles, os amigos, são perfumes, flores, árvores que nos acolhem e colocam a sombra amena nos abrigando do sol escaldante. São fontes de águas cristalinas. São pouso em sítio nobre, refrescando-nos ante os problemas que se avolumam na estrada. E são mensagens vivas de que podemos acreditar na veracidade de sentimentos. Representam a doce esperança, a concretização das mais belas aspirações que um ser humano pode ter. Nos momentos difíceis, eles se transformam em vesúvios, niágaras a nos conceder força e energia para a superação. E nas noites de invernias, são sopros amenos e suaves, consolando e iluminando a noite nostálgica que atravessamos.
Um amigo! Pode nos surpreender dando a vida ou simplesmente o ombro para chorarmos em nossas delicadas experiencias mais profundas. E hoje reencontrei um deles. Voltei com a alma apaziguada ao meu caminho. Nos despedimos com um forte abraço, abraço cheio de eternidade. Parecia que não desejaríamos mais desapegarmos daquele momento. E observando as ondas do mar, elas pareciam repetir a cena de há pouco: os amigos vão e voltam. O coração não nos deixa perder um ao outro.
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