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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A LEI E NÓS

No estágio espiritual em que nos situamos, somos mais ou menos refratário à grande lei que rege o infinito, a vida, com o objetivo de nos conduzir à plenitude. Diante dos dissabores da existencia, ficamos revoltados e culpamos a vida, à Deus, aos bons espíritos, aos santos, à instituição que frequentamos, enfim, buscamos desaguar em algo ou alguem, toda a mágua pelo que consideramos nossa infelicidade. E desejamos que a Grande Lei da Sapiência Infinita se adapte a nós, e não refletimos na necessidade de nossa adaptação à ela.

O estado de incompreensão sobre os  fundamentos da vida, os seus elevados objetivos, nos condiciona a enxergar as experiências sob um prisma extremamente limitado. Flutuamos em torno de uma concepção estanque, terra á terra, imediatista e eminentemente material. Às vezes, adotamos um determinado ideal superior como crença, no entanto, basta que certas situações atinjam o que nos agrada, demonstrando que necessita de ajustes perante a ética ou a moral, e já questionamos a validade da crença ou relativizamos as próprias convicções. O que servia de parâmetro moral até então, transforma-se em exagerado conceito religioso.

Recordo, nesse momento, a colocação de Jesus referente à coerência que devemos ter na trajetória que escolhemos. "Seja tua palavra sim, sim, não, não". Claro que devemos entender a alma dessa colocação. A firmeza naquilo que acreditamos, nos princípios morais que abraçamos, não pode se moldar à nossa conveniência. É ou não é. Não estou aqui fazendo uma leitura radical, purista da questão. Observando os espiritos nobres que servem de parâmetros com suas vidas exemplares, podemos entender qual postura deve nortear nossos passos: relativizar princípios, em geral, corresponde a tentativa de apaziguar a consciência, "ajeitar" as coisas, justificando-as ante aquilo que sabemos não estarmos sendo íntegros ou coerentes para com o que acreditamos .

Claro que temos uma imensa jornada pela frente até contemplar, com grande harmonia, o que cremos com o que somos. Isto não deve nos desanimar nem se tornar um "paredão " que nos amedronte perante os desafios naturais do caminho. São etapas. E quanto mais exercitarmos colocar nossa vida de acordo com os postulados sublimes que abraçamos, mais entenderemos onde fica a felicidade e o quanto de leveza nos envolverá pela aprovação do próprio coração pelo proceder de nossas atitudes.

O amor governa a Grande lei. O amor somado a nossa vida nos atrela à plenitude desta mesma lei. O Reino está em nós, logo, entrar no Reino é ajustar nosso mundo interno com a luz que governa e emana no Universo. O processo de espiritualização passa por esse movimento de integração entre o interno ( em nós ) e o externo ( por nós ).

2 comentários:

  1. Sábias palavras de um coração que escreve a essência da grande lei, da vida, do amor e da fé. Destacando o caminho que percorre diante das atitudes que trabalha. Parabéns pelo texto!
    Abraço no coração, Ana Cândida

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  2. Ao fazer uma leitura sobre este texto, veio a mente a carta de Paulo aos Coríntios -13, que gostaria de deixar registrado nesse espaço. Diz assim:

    Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine.

    E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

    E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.

    O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, não se irrita, não suspeita mal; não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

    O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado.

    Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. "Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido". Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.

    (Paulo de Tarso)

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