ONDE ESTÃO OS SUICIDAS ?

Alguem esta semana me escreveu indagando o que ocorria com a alma dos que tiravam sua vida terrena. Estava confusa pois lera ou alguem havia lhe dito que os suicidas iam para um vale, uma região específica da dimensão espiritual só para os que partiram do mundo físico nessa condição. Mas aí, como fica alguns casos em que famílias narram a presença desse ente querido que se "matou" e que parece assombrar a antiga residencia ou é "visto" junto de algum familiar, interferindo em sua vida ou provocando sensação doentia e desagradável sobre ele ?

Essas questões são muito interessantes pois servem de alerta a uma tendencia que temos de generalizar todas as situações que nos chgam trazidas pelos espíritos. Após a magistral obra psicografada pelo médium Yvone do Amaral Pereira, "Memórias de um suicida", em que o autor, um escritor portugues que havia cometido o triste ato na sua última peregrinação terrena, narra seus terríveis sofrimentos no mundo espiritual, com o consequencia de sua DESERÇÃO DA VIDA FÍSICA, em uma região que ele batizou de vale dos suicidas, muitos seguidores do pensamento espírita desenvolveram o raciocínio de que todo suicida iria para essa região. Não me recordo de nenhuma afirmativa dessa natureza na referida obra. Alem do mais, há algumas mensagens psicografadas por medianeiros respeitáveis, como Chico Xavier, por exemplo, em que suicidas falam que estavam em plena recuperação e narram o que lhes aconteceu logo após o ato insano. Não falam que estiveram no vale. Há, inclusive, como a missivista narrou, exemplos de situações em que a pessoa que cometeu o ato permaneceu ao redor de sua casa.

Cada caso é um caso. Nem todo suicida apresenta aquelas condições de desespero e despreparo íntimo que os obrigue a ficar segregado no chamado vale. Realmente ele existe e serve como sublime proteção aos humanos para as situações mais extremas e graves nas condições vibratórias desses irmãos infelizes. Existem condições outras, no entanto. Claro que o gesto de tirar a própria vida acarreta repercussão dolorosíssima à alma. O sofrimento existirá mas de acordo com as circunstâncias, será mais penoso ou menos atribulado. O que sabemos é que, seja num ou noutro caso, é um gesto desencadeador de mais sofrimento ao espírito, retardando, inclusive, sua evolução e obrigando-o a reiniciar a etapa. Jamais será solução tirar sua vida. É um complicador de alta magnitude. A misericórdia divina, no entanto, jamais nos abandona. Há casos e casos. Oremos por todos que  tomaram essa triste direção e busquemos evitar que outros façam o mesmo. Nossas prece para eles é um poderoso auxiliar para que retomem a jornada, mais adiante, no rumo da divina perfeição. A Lei assim o quer.