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quinta-feira, 24 de abril de 2014

GUSTAV MAHLER E AS ANGÚSTIAS

Lendo uma matéria na Revista Internacional do Espiritismo deste mês sobre o grande compositor tcheco Gustav Mahler, me deparei com uma abordagem interessantíssima. A personalidade do maestro e compositor apresentava uma afinidade com a melancolia e diversas formas de inquietação da alma. Devido a angústia, ele mais se interiorizou e se atormentou após a morte de sua filha. Se já se perguntava sobre a finalidade da vida, as razões de tanto sofrimento da humanidade, Mahler encontrou na sua dor pela desencarnação da filha um ingrediente à mais para turbulências emocionais de grande magnitude. Suas composições, como não poderia deixar de ser, refletiram a tendencia à melancolia e tristeza em auto grau.

Mahler nasceu em meados do século 19 e desencarnou no ano 1911. Foi contemporâneo do surgimento do espiritismo. Com certeza, se tivesse tido a oportunidade de ler o Livro dos Espíritos, penso que teria encontrado respostas para as suas indagações costumeiras. A morte da filha amada encontraria consolo nas luminosas páginas do grande livro. Claro que estou falando em tese. Muitos podem ler a obra e não se deixar penetrar por ela, no entanto, face a grande sensibilidade de Gustav, sua intensidade de espírito, sua efervescencia emocional, sua arguta inteligência, creio que seria um terreno perfeitamente adubado para entender  a vida, vasculhando muito dos seus mistérios.

Até Freud quase que o teve como paciente. Suas angústias ante a vida e a morte chegaram a ser conhecidas pelo pai da psicanálise. Trocaram correspondencia mas Mahler resolveu não deitar no divã de Sigmund. Preferiu ficar com suas indagações a ser devassado pela mente analítica do psiquista. Como em todo grande artista, a dor esculpiu o talento e aperfeiçoou a sensibilidade de Mahler. O mundo foi beneficiado por suas criações. Pena que a alma do artista não bebeu na fonte do espiritismo, não pelo menos, que se saiba.

E assim como ele, quantos que, tombados na desesperança, na grande noite da descrença, aguardam a oportunidade de conhecer a verdade que liberta, que ilumina, que explica, que renova...por isso, nunca é demais o esforço e a entrega para que o conhecimento sublime chegue aos corações. "Mahlers" existem e aguardam saciar sua sede de saber e de entender.

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