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sexta-feira, 29 de julho de 2011

RECORDE

Alcançamos a marca: Sessenta mil acessos em nosso blog. Sessenta mil olhadas na luz do pensamento espirita e espiritualista. Sessenta mil aspirações pelo bem, pela paz, pelos sonhos de bailar em pleno amor. E tem vaga para mais, não acham ?

Um comentário:

  1. Aqui eu te amo.
    Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
    Fosforece a lua sobre as águas errantes.
    Andam dias iguais a perseguir-se.

    Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
    Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
    As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

    Ou a cruz negra de um barco.
    Só.
    As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
    Soa, ressoa o mar distante.
    Isto é um porto.
    Aqui eu te amo.

    Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
    Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
    As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
    que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

    Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
    São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
    Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
    Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

    Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
    Mas a noite enche e começa a cantar-me.
    A lua faz girar sua arruela de sonho.

    Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
    E como eu te amo, os pinheiros no vento,
    querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.

    Pablo Neruda

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