"...Me lembro como eras no último outono. Eras a boina cinzenta e o coração em calma. Nos teus olhos brilhavam as chamas de crepúsculo. E as folhas caíam na água de tua alma.
Colada aos meus braços como uma trepadeira, as folhas recolhiam tua voz lenta e em calma.
Fogueira de espanto em que minha sede ardia.. Doce jacinto azul torcido sobre a minha alma.
Sinto viajarem teus olhos distantes e é distante o outono: boina cinzenta, voz de pássaro,
e coração de casa, para onde emigravam os meus profundos desejos e caíam os meus beijos alegres como brasas.
Céu visto de um navio. Campo visto dos montes: tua lembrança é de luz, de fumaça, de lago em calma.!
Mais para lá de teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam na tua alma.
Gosto de ti quando calas porque estás como ausente e me ouves de longe,
e a minha voz não te toca. Parece que que os olhos tivessem voado de ti e parece que um beijo te fechara a boca.
Como todas as coisas estão cheias de minha alma emerges das coisas cheia de minha alma.
Borboleta de sonho, pareces com minha alma e pareces com a palavra melancolia.
Gosto de ti quando calas e estás como distante. E estás como que te queixando, borboleta em arrulhos. E me ouves de longe e a minha voz não te alcança: deixa-me que me cale com o silencio teu. Deixa-me que te fale tambem com o teu silencio claro como uma lâmpada, simples como um anel.
És como a noite, calada e constelada. Teu silencio é de estrela, tão longínquo e singelo.
Gosto de ti quando calas porque está como ausente, distante e dolorosa como se tivesses morrido. Uma palavra então, um sorriso bastam. E estou alegre, alegre de que não seja verdade. "
Muito bonito os poemas do Neruda, não sabia dele, mas depois que li aqui, procurei mais alguns e realmente são lindos...
ResponderExcluirCONVITE!O NÚCLEO ESPÍRITA LUZ DA FRATERNIDADE,LOCALIZADO À R. FELIPE DOS SANTOS,72.U-R-5-IBURA-RECIFE,REALIZARÁ DIA 30-07-11(SÁBADO),ÀS 20:00 HORAS,COM O IRMÃO FRANCISCO BARBOSA DA CIDADE DE BOM JARDIM,FALANDO SOBRE "MEDIUNIDADE",MOSTRANDO EM EM TELÃO ALGUNS FENÔMENOS MEDIÚNICOS NA BIBLÍA,FATOS NO LIVRO DOS MÉDIUNS E OS BASTIDORES DE UMA SESSÃO MEDIÚNICA.PEDIMOS PARA CHEGAR 30 MINUTOS ANTES PARA ASSISTIR UM FILME COM DIVALDO FRANCO.AGRADEÇO A DIVULGAÇÃO COLOQUEI NOS COMENTÁRIOS,POIS NÃO SABIA ONDE COLOCAR PARA DIVULGAR.MUITA PAZ MEUS IRMÃOS.
ResponderExcluirFred, Neruda é um dos meus prediletos. Um pedacinho mais de sua poesia:
ResponderExcluirO teu riso - Pablo Neruda
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.
Amo Neruda, não sabias que tu tambem. Obrigada por postar esses poemas.
ResponderExcluirAmo as poesias do Neruda e esta que a amiga Letícia postou é um dos meus preferidos:
ResponderExcluirO teu riso - Pablo Neruda
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
(...)