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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

MEU ÚLTIMO NATAL

Ando pelas ruas que já se enfeitam para as festas de fim de ano. Sempre achei o Natal a mais bela e mágica das datas especiais. Caminho olhando as luzes que piscam e escuto, inclusive, as músicas natalinas enchendo o ar. Será este o meu último natal na Terra ? Não posso deixar de pensar nisso pois a doença avança e sinto que, talvez, aqui no mundo, não terei mais a oportunidade de me encantar com a as pessoas mais belas, mais dispostas a viver a fraternidade. É certo que lá, do outro lado da vida, viverei um natal provavelmente mais belo, sendo todo dia vivido pelos espíritos desencarnados. Mas é na Terra que se faz necessário que o natal se transforme em disposição diária, em beleza permanente.

Olho as árvores de natal que se multiplicam em cada loja da cidade e me emociono. Valera a pena ter vivido o que vivi, ter sonhado o que sonhei, ter conhecido a grandeza do espiritismo, desvendando o evangelho de Jesus da maneira rica e radiante com que o faz. E mesmo com a doença avançando, valeu a pena até mesmo pelas lições que ela tem me trazido. Se ela vai ser o meu transporte para a dimensão imortal, não sei...apenas sei que ela me faz fitar cada  face com olhos de uma grande ternura.

De alguma maneira a possibilidade de ser o meu último natal no mundo físico me levou ao passado e me fez recordar o cheiro das comidas natalinas, o perfume da ceia, a expectativa doce no rosto de meus irmãos e amigos. O passado tem cheiro e gosto, é um estado geográfico, um local onde, por hora, coloco meu coração. A saudade que encontro neste local faz brotar o rio das lágrimas, que banha este lugar mítico, tão cheio de encanto e amizade, de experiências bobas e outras inesquecíveis.

Mas o natal tem esse poder...desenha um permanente estado de coisas, de contumaz e persistente estado de perpétuo sonho de termos uma humanidade melhor, mais feliz pelo fato de ser uma humanidade mais espiritualizada. Não importa por ser, talvez, meu último natal pelas vias deste mundo, provocando essa sensação uma maneira de olhar cada coisa como se estivesse me despedindo. Não morrerei, é verdade, pois a morte é apenas ilusão dos sentidos. A vida é vitoriosa. Meu natal levarei comigo, na alma, para qualquer dimensão em que eu estiver. Afinal, Jesus é minha meta e meu objetivo de crescer. Viver sua mensagem em mim, meu anseio mais profundo.

Em silêncio, digo, pensando, para todos os que cruzam meu caminho, em meio às luzes que já decoram várias residencias e lojas na mionha cidade: Feliz Natal. Feliz vivência do evangelho. *


* Este é uma peça de ficção, amigos. Não estou enfermo e nem acho que este é o meu último natal na Terra. Desejei, apenas, como escritor, me colocar no lugar de quem, porventura, esteja vivendo algo dessa natureza. Minha sensibilidade me fez pensar nisto hoje, lembrando de um amigo que está enfermo, ante as lojas que já se enfeitam para o final do ano, escrevendo essa crônica para quem se sente na ante sala da mudança de dimensão. Lá, deve ser natal permanente, não é?

Um comentário:

  1. Essa crônica é uma pegadinha, Fred. E me pegou! estou aliviada! Você ainda tem muito que semear por aqui, amigo! De toda forma, eis uma bela crônica e exemplo de carinho pelos amigos.
    beijos!

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