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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O PENSADOR

Não, ele não é o que pensa a dor. Tambem não pode ser o que apenas pensa. Eu o encontrei, numa dessas cidades pequenas, geograficamente construída dentro de nós. Caminhava lento, olhar perdido nesse mundo mesmo e, porque não, em outros... Tinha o cenho franzido vez em quando mas quando permitia, uma serenidade indescritível vazava de sua alma e, então, não havia como sentir um certo respeito coberto de quase veneração.

Admirei o pensador. Sem verbalizar mas se expressando por aquele olhar profundo e imenso, tão imenso que me fez sentir pequeno, ele me disse que ainda não entendia a si mergulhado nessa infinitude do universo. Queria, tinha sede de entender, sua posição no mundo. Observei detidamente os seus olhos: pareciam conter toda ânsia do espírito humano, toda fome de completude, todo desejo de ser digno de Deus.

Normalmente, o que pensa sobre os pensadores, a humanidade? Em geral, acham ineptos os que que ousam refletir sobre as coisas, seres inadaptados para a vida prática. Será que seria exatamente assim? O que vem a ser o que chamamos "vida prática"? De que consistem as definições, clichês e esteriótipos que habitualmente a sociedade estabelece, sobretudo quando se refere àqueles que estão além da craveira comum, muito além da mediocridade habitual ?

Por nos faltar profundidade, adotamos imagens, como se estas fossem a realidade. Em todos os campos da vida humana, assim fazemos. Nas religiões, esperamos santidade das pessoas e, até, cobramos de nós mesmos a angelitude que só virá daqui à...bom, no meu caso, uns bons milênios...rsrsrs. Se é na filosofia, ao contrário do que recomenda esta, queremos ter a posse da verdade de tudo e anatemizamos outras escolas do pensamento. Na ciencia, então, por incrível que pareça, encontramos dogmatização e mentes que se fecham, como se a ciencia já houvesse conhecido e entendido todas as leis do universo. Ledo engano!

Olho o pensador e o admiro. Vai trabalhar no que chamamos "vida prática". Segue com passos tranquilos, rosto calmo e alma acesa. É calmo mas não passivo. É doce, mas não lânguido. É manso, mas não inerte. Lá se vai o pensador, antecipando, muitas vezes, o futuro da humanidade dentro de si, antes de o desvelar para o mundo. Enxugo a discreta lágrima na face o peço a Deus que o abençoe.

* esta postagem é uma homenagem aos espíritos sérios, pofundos, que são archotes, farol da civilização, em todas as expressões do saber humano.


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