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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

OS FINS NÃO JUSTIFICAM OS MEIOS , OU O UNIVERSO DA DECENCIA

Um dos pilares dos avanços morais de uma civilização é a estruturação ética em que se molda. E esta exposição à ética indica a presença de valores dignos, sujeição ao conceito de ordem e leis. O fator contrário, quando acredita-se que os fins, ou seja, o que se almeja alcançar, justifica qualquer ação, ainda que desonesta, violenta, de degradação, infere uma sociedade desprovida de grandeza e mais próxima do primitivismo.

À medida  que o espírito evolui, tende a pensar, sentir e agir dentro de padrões cada vez mais éticos. E não se contradiz entre o que crê e como age. A coerência é fator determinante para se conhecer a solidez de um ideal superior e o crescimento da alma dentro desse ideal. A medida do poder de uma idéia ou ideal caracteriza-se na maneira respeitosa com que se apresenta à humanidade, sem desejar impor-se como verdade absoluta em ralação à outras idéias e sem obrigar pessoas a pensar como seus postulados. A história registra que esse comportamento arbitrário é próprio da ação fundamentalista.

Fins nobres, ou seja, ideais superiores, não se afastam do universo da decencia. Jamais. Ao longo do tempo, quando o cristianismo foi manipulado pelos que não entendiam sua essencia, foi responsabilizado pelas aberrações ocasionadas pelas cruzadas e pela inquisição. Claro que não é coisa do cristianismo, assim como o fundamentalismo islâmico não é o islamismo e os radicais hindus não representam a beleza do hinduismo. Quando o ser humano se afasta da ética, desnatura os mais belos ideais da humanidade. A colocação tambem vale para o fato de que, quando uma concepção filosófica, social, política, etc, prima pela violência, pelo acirramento, pela desqualificação de quem pensa diferente, em sua essencia, esssa filosofia ou concepção política ou social não pode ser positiva, construtiva, dignificante para a sociedade.

Vejamos o movimento dos chamados "black blocs", os mascarados que saem as ruas supostamente reivindicando algo. Endeusado por determinados segmentos do jornalismo e da política, depreda patrimônio público, anarquisa manifestações pacíficas e justas, violenta consciencias e, até, mata. Foi o que ocorreu semana passada com a morte do cinegrafista da bandeirantes atingido pelo rojão disparado por um deles. A título de se defender uma idéia de sociedade justa ou melhor, os fins justificariam os meios. Isso não é manifestante. Quem sai às ruas mascarado e com pólvora e instrumento de vandalização não está bem intencionado.

O pacifismo é algo dinâmico, pro-ativo, realizador. O Evangelho tem essas características. Ser manso não significa ser alguem que não se move e não se posiciona. A espiritualidade é a grande carência para o nosso mundo de relações.  Sua vivência desperta valores e a consciencia ética de que, definitivamente, os fins não podem justificar os meios.

Um comentário:

  1. Boa noite Frederico
    Tenho algumas dúvidas sobre a Felicidade, quando você fez sua palestra "Construção da Felicidade" eu me perguntei? A felicidade é construída? como se dá essa construção? e o que é Felicidade? é um sentimento? são apenas momentos de alegria?Há muito que eu me indago sobre esse "sentimento e/ou sensação de bem estar (?) como dizer que sou uma pessoa feliz? a felicidade é duradoura?
    Desculpe amigo tantas indagações, mais realmente fiquei curiosa em saber, se quiser fique a vontade em indicar literatura sobre o assunto em questão.
    Bem, pra finalizar fico no aguardo da agenda dessa semana, quem sabe na próxima palestra eu te encontro pra te dar um abraço fraterno.
    Bom descanso irmão
    Catarina Leite

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