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terça-feira, 7 de maio de 2013

IR OU NÃO AO FUTURO

O tema que vou abordar não diz respeito, diretamente, ao objetivo do blog, que é abordar temáticas relacionadas ao ser espiritual, porem, quem frequenta este espaço já está acostumado ao fato de tratarmos, vez em quando, quando considero o assunto de mais amplo interesse para nossas reflexões, à questões que envolvem as chamadas decisões políticas dos governantes. 

A imprensa, desde a semana passada, vem tratando da possibilidade do Brasil "importar" médicos de Cuba para atuarem no interior do país. Seriam cerca de 6.000 profissionais arregimentados na ilha caribenha. O argumento ( e creio que não exista outro (?) ) seria a dificuldade de se conseguir médicos para as regiões mais difíceis, interioranas. O problema dessa decisão não estaria na intenção, ou seja, no objetivo nobre de atender a população. Estaria na escolha efetuada e, até mesmo, no caminho escolhido para tentar resolver a questão.

Sinceramente, não penso que Cuba seja referencia na boa medicina. Sei que espalhou-se, na década de setenta, que Cuba havia alcançado o auge de uma medicina "avançada", de cunho humana e social. A propaganda ideológica cuidou de espalhar a notícia. Bom, até creio que algumas conquistas tenham sido alcançadas na década de sessenta e setenta ante as necessidades da população da ilha, no entanto, os tempos mudaram, a tecnologia avançou aceleradamente e Cuba demonstrou, há muito, que é um país com grandes problemas em sua economia, andar por suas ruas é entrar num túnel do tempo. Parece que se estar na década de cinquenta do século passado. O que quero dizer é: seria mesmo essa a solução para uma falta de médicos no interior ? Será que salários melhores pagos pelos nossos governantes e núcleos melhor equipados ( hospitais, postos de saúde ), abastecidos por um pagamento mais adequado do sus, não seriam capazes de solucionar essa carência? A medicina cubana possui, de fato, condições técnicas, de conhecimento e atualização, capaz de ser esse suporte que o Brasil pretende ?

A medicina brasileira, embora não seja considerada ainda de primeiro mundo, é mais avançada de que a cubana. Nosso sistema de saúde, este sim, é um desastre de grandes e dolorosas proporções: hospitais sucateados, sem medicamentos e profissionais disponíveis ( em função de mal pagamento), com gente morrendo nas filas, etc, tudo o que já conhecemos na prática. O problema, porem, não está, exatamente, na qualidade de nossos médicos. Repito que tambem temos problema na formação das nossas escolas de medicina. Os últimos testes comprovaram que um percentual grande dos formandos mal sabem fazer um diagnóstico ou passar adequadamente um medicamento, mas vários se destacam. E sem dúvida, pela natureza de nossa economia mais avançada que a de Cuba, estamos mais alem que os esculápios cubanos. O Conselho Federal de medicina já emitiu nota de repúdio à essa proposta do governo brasileiro. e foi uma nota dura.

O Brasil precisa melhorar muitíssimo a saúde pública nacional, que é, como disse, uma tragédia. Mas, se é para reforçar o atendimento com mais profissionais, que se incentive melhor nossos médicos e formandos, com melhores condições. E se for para ampliar o quadro de profissionais, por que não de países que estão à frente, a afim de melhorar a eficiência e passar experiências positivas na qualificação dos nossos médicos? Precisamos ir para o futuro e não termos uma volta ao passado. Não encontrei, sinceramente, uma razão para a proposta em pauta. A Venezuela já tem hoje cerca de 40 mil profissionais da saúde cubanos e a saúde continua piorando, sem falar dos problemas que tem surgido relativos aos interesses da ditadura cubana, por via de espiões infiltrados na Venezuela, comandando, hoje, aspectos importantes da economia fragilizada, claudicante, empobrecida, do país vizinho.

Esse assunto ainda vai dar o que falar. Nossa saúde pede socorro. Acredito que médicos temos. Faltam aspectos de infra estrutura e melhores condições para os profissionais brasileiros.

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