No mês de março de 2003 assistíamos, eu e minha filha mais velha Talita, que na época tinha 11 anos, as imagens impactantes de centenas de bombas sendo despejadas sobre a cidade de Bagdá, no Iraque. A selvajeria, o barbarismo da cena chocou minha filha e a mim de forma dilacerante. A TV transmitia como se fosse um filme de ação.Olhei para minha filha e ela chorava, olhos fixos no aparelho de TV como que se perguntando por que bombas ceifando vidas. A dor e a tristeza estampada nos olhos doces de Talita me comoveram profundamente. Falei-lhe, então, sobre a necessidade do amor entre os homens. Em lágrimas, ela me pediu para que desligasse a televisão e o fiz. Depois de reconfortar-lhe, saí do quarto e escrevi a emoção que me tomava a alma:
AS LÁGRIMAS DE TALITA
Quanto me doeu ver os teus olhos chorando
a barbárie da civilização, minha filha.
Eram lágrimas de um coração que não entendia
porque bombas e não flores...
Vi tua alma tomada de dor e soluçavas em meus braços,
olhos fixos na televisão que transmitia as explosões da selvajeria.
Te abracei e senti o teu coração sofrendo.
Tua alma era coração e chorei contigo.
Ainda assim, vi em teu pranto a certeza
que o futuro não dará espaço à guerra.
Sei que outras crianças choram como voce pois
não entendem as bombas sobre vidas divinas.
Um dia, filha, não haverá espaço para a segregação.
Existirão irmãos, haverá amor, haverá flores...
Tua lágrima não terá sido em vão.
Este poema consta do livro A Vitória de Deus.
Caro Fred,
ResponderExcluirdificil de explicar para as crianças sobre a maldade...Esta semana mesmo, meu filho Lorenzo de 8 anos viu algumas imagens do filme da paixão de Cristo e enquanto pregavam ferros em Jesus para crucifica-Lo, meu filho perguntou: Porque fizeram isso com Ele? Acho que por isso que as crianças são assim, tão belas, tão puras, porque não conseguem conceber nem compreender um ato de violência.
Parabens pelo post.