Se olharmos com atenção, parece haver, em verdade,uma força vigorosa que agrega-se ao ser, mobilizando-o. É como se um aguilhão poderosissímo não permitisse o repouso. Deus seria um indescritível magneto e nós, limalhas de um ferro transcendente, atraído para o grande imã. Grandes almas referem-se a isto em suas vidas. Paulo de Tarso foi alfinetado até ceder ao aguilhão. Madre Terasa, Vicente de Paula, Francisco de Assis e tantos outros se viram tomados por uma força que os impelia quase que hipnoticamente à realização da luz em si. Crescia neles uma sensação de missão, uma delicada angústia pelo que desejavam e precisavam fazer. Parece que essa idéia seria a negação da liberdade do ser mas não é isto. Me refiro a uma espécie de tomada íntima que eletriza o espirito. Na verdade, é grau de depuração da consciencia que vai domando a personalidade transitória. O que foi conquistado ao longo dos milênios e está nos porões do inconsciente começa a inquietar e até a sobrepujar o ser animal, a personalidade atual. Isto é o aguilhão amoroso. O ferrete da evolução. O espinho que fará a criatura saltar do seu nível espiritual para outras órbitas superiores.
O aguilhão é um instrumento educador que esmerilha, apara, aformoseia a realidade íntima do ser, um cinzel do infinito.
O aguilhão pode apresentar-se como uma perda afetiva,emocional, uma angústia, um vazio existencial. A alma é trabalhada, é desperta, sacudida por tormentos íntimos, por uma força telúrica. Isso é o abençoado aguilhão.
P. S. - Este é um trecho, com ligeiro acréscimo, de um texto meu que consta do livro : A Vitória de Deus. Aproveito para pedir desculpas pela demora de novas postagens. Estava viajando e só pude atualizar o blog hoje. Alem do mais, estou com um probleminha no computador, que espero resolver logo. Um abraço à todos.
Fred Querido,
ResponderExcluirA consciência da necessidade de caminhar com passos mais firmes na direção dessa auto-iluminação é maior a cada conhecimento adquirido tanto no que tange o conhecimento doutrinário como ao autoconhecimento. A identificação das nossas limitações e inferioridades é muitas vezes angustiantes.
Joanna de Ângelis, em falas esclarecedoras e consoladoras nos diz "A sombra existente no ser humano não deve ser combatida, senão diluída pela sua integração na sua realidade existencial." ... "Conscientizar a sombra, diluindo-a, mediante a sua assimilação, ao invés de ignorá-la, constitui passo avançado para a perfeita identificação entre o ego e o Self." Esta fala está no livro Em Busca da Verdade, e Joanna a repete com outras palavras em outra obra sua. Diz que não devemos "gastar energia" lutando contra nossa sombra, mas que devemos diluí-la com nossa luz. Tenho grande dificuldade de compreender como realizar isso na prática. Entendo o exemplo de Paulo, de Francisco de Assis ... mas sabemos que temos muito (eu pelo menos) que caminhar para chegar no padrão de compreensão e prática desses Espíritos luminares. Pode me ajudar a compreender melhor a orientação de Joanna de Ângelis?
Grande abraço,
Letícia
Fred,
ResponderExcluirInteressante, pois este texto seu encontra ressonância no livro que leio neste momento, de Ermance Dufaux, onde ela esclarece que o sofrimento que traz evolução é aquele que nos força a enfrentar nossas imperfeições (o aguilhão), e não aquele que nos faz reprimir ou ocultar esse nosso lado inferior através do auto-martírio (o flagelo).
Companheiro, outro assunto, não sei se é do seu conhecimento, mas em minhas pesquisas pela Grande Rede, encontrei video no Youtube com psicofonia sua trazendo maravilhosa mensagem do Dr. Bezerra em 2008 na Paraíba:
http://www.youtube.com/watch?v=cWrJOmv4ua4
um fraternal abraço,
O Espírito
http://oespirito.wordpress.com