Silvana, uma das mais assíduas seguidoras do nosso blog, sugeriu uma abordagem sobre o fenômeno das incorporações, aquele em que um espirito utiliza o corpo e, especificamente, as cordas vocais do médium, para efetuar sua comunicação. Podemos dizer que é dos mais comuns nos meios espiritistas mas tambem na história da humanidade. O proprio Jesus chegou a falar com alguns espiritos que se expressavam através de suas vítimas, os obsediados da época. Lembram daquela passagem do evangelho em que um desses comunicantes, representando o grupo de desencarnados infelizes ao qual estava ligado, disse para o Senhor: " que temos nós a ver contigo, Jesus de Nazaré?".
O termo incorporação não nos parece o mais adequado pois dá a impressão que o espirito "entra" no corpo do médium. O termo mais apropriado seria psicofonia pois melhor qualifica e define o fenômeno. Essea expressão significa"fonia da alma ou fonia psíquica"; voz espiritual. Na verdade, o Espiritismo esclareceu o mecanismo da psicofonia, adentrando-se em suas nuances delicadas.Vejamos:
Os dois elementos que compõem o processo psicofônico são o corpo espiritual, que Allan Kardec chamou de perispírito, e a mente. Quando um espirito deseja falar através de um médium, havendo sintonia de energia, a conjugação de forças se dá por intermédio de um envolvimento fluídico, perispírito à perispírito. Após esse enlace de energias delineando o transe, o comunicante desencarnado age sobre o centro da fala do médium, precisamente em seu plexo laríngeo. A essa altura, o cérebro do medianeiro já estará saturado das vibrações do espírito, atuando essa energia mental do comunicante sobre a zona da fala localizada no cérebro do sensitivo.
De conformidade com a expansão da consciencia do médium, de seu maior ou menor grau de distanciamento do corpo, evidenciando um transe mais profundo, a psicofonia poderá se dá no que se cataloga como consciente, inconsciente ou semi-consciente. Existem diversas nuances para esse fenômeno. Como não existem dois médiuns iguais, tambem as comunicações do mesmo gênero pelo mesmo médium pode apresentar( e frequentemente apresenta) detalhes e características diferenciadas. Pode uma comunicação psicofônica ser eminentemente através de correntes mentais, num processo profundamente intuitivo, com o espirito localizado à distância, o que nos faz entender que em termos de envolvimento perispiritual quase isto não ocorre.Noutras comunicações do gênero o comunicante praticamente se "agarra" ao organismo do médium. Esse fenômeno ocorre quando a entidade que se comunica encontra-se em condições morais inferiores. Como exemplo, podemos citar os casos que as pessoas chamam de possessão. Mesmo nessa situação, o espirito não entra no corpo do médium. Podemos dizer que ele se debruça, estreitando suas vinculações magnéticas, semelhante ao animal que anseia não perder sua presa. Não precisamos enfatizar que os espíritos nobres jamais atuam dessa forma.
Bom, sucintamente, está aí uma pequena abordagem sobre o tema sugerido pela Silvana. Recomendamos, dentro da vasta literatura espírita que trata da temática mediunidade, as seguintes obras:
-O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.
- Mecanismos da Mediunidade, André Luis-Chico Xavier
-Nos domínios da mediunidade,André Luis- Chico Xavier
A literatura é maravilhosa. Vários sites espiritas tambem trazem abordagens interessantes e sugerem outros livros.
Espero ter contribuído, ante a exiguidade do espaço, para elucidar um pouco o assunto.
Fred, lendo um comentário feito pela Silvana, aqui no blog, pesquisei um pouco sobre crianças índigo e cristais. É incrível como temos muito, mas muito mesmo ainda que aprender e evoluir... Encontrei matérias sobre crianças em várias partes do mundo, tidas como super dotadas... incrível.
ResponderExcluirhttp://colunistas.ig.com.br/obutecodanet/2008/01/25/sete-superdotados-notaveis/
Boa Noite, Fred ! Muito obrigada.
ResponderExcluirGostei bastante da breve explanação e muito me foi esclarecedor. Agradeço também por ter atendido ao meu pedido e pelos livros pelos quais você indicou, com certeza vou-me aprofundar mais acerca do Psicofonismo, e não mais expressarei como "incoporação". É assim que se tira as dúvidas, e é assim que se sai do "ignorantismo" (neologismo criado por mim), provavelmente as minhas dúvidas podem também ter sido as dúvidas de muitos. Brevemente vou pedir outras explicações.
Muito obrigada. Que DEUS te abençõe.