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sexta-feira, 18 de junho de 2010

DA AIDS AO AMOR

Na trajetória do espirito em direção à sua destinação sublime, ele vai do instinto à sensibilidade, da sensualidade às emoções de sutileza espiritual, do prazer fulgás e ilusório aos sentimentos mais profundos e elevados. A verdade mais eloquente das sagradas Leis Universais cintila através do laborioso aperfeiçoamento promovido pelos recursos da educação: a dor esmerilhando a alma; o sofrimento ampliando sua sensibilidade e o amor fazendo incendiar de idealismo o coração.

Nesses tempos de vulgarização dos sentimentos, da escravização ao sexo, deturpando-o em sua finalidade encantadora e superior, nos defrontamos com uma das mais significativas expressões do desajuste emocional e afetivo do ser humano. Toda uma potente rede de comercio e mídia é utilizada para a glorificação do erotismo em sua fotografia mais banal. Espero que não vejam nessa colocação qualquer ranço de puritanismo. Creio estar falando de fatos e atos perfeitamente representativos da escravização aos sentidos físicos, a hiper valorização do corpo. A frenética busca do prazer imperceptivelmente vai fomentando graves conflitos psicológicos que, mais cedo ou mais tarde, explodirão, em forma de frustrações, compulsões obsessivas, distúrbios comportamentais.

Temos milhões de pessoas mutiladas afetivamente, vazias emocionalmente e em crescente deterioração da própria consciencia. Angústias, neuroses, fobias, complexos, abarrotam as salas de psicoterapias. A visão e a prática deturpada do sexo é uma das grandes responsáveis por uma boa parcela desses milhares de universos sofridos e deprimidos.

Da aids ao amor vai uma bela distância. Quero dizer que o sexo não representa o amor, na realidade dos interesses sensuais do ser humano. Óbvio que a aids não deve ser vista como punição divina aos pecados dos homens. É o resultado do desgoverno íntimo,da nossa imaturidade afetiva, da busca desenfreada de parceiros, da alucinação pelo prazer, questão da fidelidade e da conscientização. Claro que não se adquire aids apenas por promiscuidade apenas. E mais claro ainda que os portadores merecem todo o carinho, respeito, zelo e atenção solidária da parte de qualquer ser humano. Mas há uma porção expressiva nesse doloroso campo solicitando maiores reflexões à respeito da sensualidade.

O amor se depura. Não significa que fique mais tenue. Ao contrário. Sentimento depurado é poderoso, cristalino e responsável por intensas emoções e realizações concretas. Se ainda estamos aprisionados às paixões do gozo, caminhamos, no entanto, para saciar uma dimensão mais profunda e elevada da qual somos feitos e pela qual ansiamos, ainda que inconsciente.

Um comentário:

  1. Excelente texto Fred. Acho que as Casas Espíritas deveriam incluir em suas reuniões de estudos e palestras públicas esses temas, visando a educação de consciências.

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