SEXO

Taí um tema que mexe, desetrutura, reestrutura, estrutura, desarticula, faz sorrir e chorar. Durante milenios, o ser humano, através dos seus caminhos "religiosos", fez da energia sexual a causa de todo o pecado, daí afetando outras derivações no campo da afetividade. Até beijo já foi causa de medo do inferno, isto na sociedade medieval e, até, em boa parte do início do século XX.

O Espiritismo, que aborda todas as questões que diz respeito a trajetória humana, tambem lançou luz sobre tema tão delicado e vital para a experiencia de nossas vivencias. Nos diz a fantástica doutrina, que a energia sexual é das mais poderosas e ativas no espirito, sendo que em sua intimidade encontram-se as virtudes dos anjos e a genialidade dos grandes heróis do saber humano.

A força criativa do sexo é responsável pela materialização de almas na Terra e em outros mundos, embora nestes outros mundos possa ter diversificada expressão em relação à Terra. É tambem energia que reflete a história de nossa especie alem de ser uma fotografia dos anseios do afeto, conquanto não seja o único nem que esteje sempre nesse campo representado pois há o afeto entre irmãos e amigos que nada tem a ver com sexo.

O que a doutrina vem nos dizer, claramente, é que o sexo, em si, não é pecado e nem impuro, ao contrario, possui pureza extraordinária. O que devemos levar em consideração é o grau de responsabilidade que devemos utilizar quando, porventura, lhe dermos evasão em nossa relação íntima. Portanto, educar sentimentos e espiritualizar aspirações são fatores fundamentais para que nossa energia sexual esteje à serviço do amor e não apenas o amor a serviço do sexo. Quando a animalidade predomina, então, vilipendiamos o sexo e ele passa a ser apenas o saciar do instinto e não mais o elemento de permuta magnética de alto teor restaurador em que se transforma quando exercido com respeito ao outro e a si mesmo, sobretudo regido pelo mais sincero dos sentimentos.

Sempre me indagam sobre sexo antes do casamento e respondo que, a princípio, parece não haver qualquer problema, desde que haja respeito, sinceridade de sentimentos e confiança recíproca. Agora, e se por acaso um dos envolvidos não repeitar o compromisso ou romper a relação? temos acompanhado muitas almas feridas e até destroçadas pela experiencia mais íntima após o parceiro ou a parceira perder o interesse da continuidade. Muitos se sentem violentados e, até, perturbados. Se já estão com planos de maior intimidade, cremos que a espera poderia ser algo útil. Caso se deseje o conhecimento íntimo antes da oficialização do casamento, que se tenha extrema consciencia dos novos rumos que podem ocorrer no caso de um rompimento.

Mas, sejamos francos ante ao fato que a relação de hoje não se guarda tal preocupação. A grande preocupação deve ser a não vulgarizaçao do sexo pois este, lamentavelmente, tem sido causa de graves distúrbios do comportamento, quando não, de processos obsessivos muito dolorosos.

Caminhar para um estágio de moralização, de espiritualização, é ajustar essas sublimes forças da alma, governando-a e não sendo por ela governado. Respeitar o sexo como mecanismo sagrado do ser, rico em prazer e intercâmbio de afeto, capaz de proporcionar estímulos norteadores para a criatura. Alem da prática física, o sexo é tão sublime que tambem é mobilizado em nuances delicados, que nunca associamos a ele, tais como o serviço no bem, a tranfusão de energia num passe ou a troca de um olhar intenso. Na verdade, ainda somos muito imaturos para compreender, em maior dimensão, as forças sexuais da alma. Mas, estamos à caminho. Estamos aprendendo a arte de amar e a ciencia do viver. Somos todos aprendizes.
Sempre me indagam sobre sexo antes do casamento. Ora, a pincipio, havendo respons