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sexta-feira, 29 de junho de 2012

ALERTA : SEGUIDORES ESPIRITAS ESTÃO ENVELHECENDO

Sei que parece estranho o título desta postagem mas ao explicar voces entenderão porque fiz o chamado de alerta. Na verdade, a questão se refere ao último censo IBGE divulgado, se não me engano, ontem ou antes de ontem. Após doze anos( o último censo havia ocorrido em 2000), a pesquisa IBGE constatou, em termos de seguidores de religiões, que o catolicismo encolheu em números absolutos, conquanto continue a ser maioria no país ( 64% ); os evangélicos cresceram para algo em torno de 22%, movimento este já detectado há cerca de tres décadas. Agora, o que nos toca mais diretamente: os seguidores do espiritismo tambem vem crescendo, óbvia detecção, para algo em torno de quase quatro milhões de seguidores, ainda segundo o IBGE. Acho até que é mais. Todos os demais números já percebidos em outras amostragens permaneceram em destaque em relação aos espiritas: maior escolaridade e melhor condição sócio econômica. Os espiritas cresceram mais no sul e sudeste, sendo que em São Paulo já chegam a cerca de 10 % da população. Até aí, tudo bem (?). Vamos ao que preocupa.

Segundo o levantamento estatistico, os espiritas formam o grupo religioso que mais envelheceu, apresentando uma idade média de 37 anos. Os evangélicos apresentam a idade mais jovem, mostrando que é a religião que rejuvenesce, atingindo um maior número de jovens. Isso significa uma perspectiva de maior crescimento e oxigenação de seu grupo. Ora, não sou daqueles que se preocupam com questão númerica. O espiritismo não é doutrina de contagem de seguidores. Alem do mais, por não ser religião formal, objetiva e tem como processo, influenciar outros seguimentos para que as leis naturais que ele tem como princípio sejam absorvidas pelas demais religiões. É este o significado do que vai ocorrer no futuro. A questão que levanto diz respeito à como estamos nós, os espiritas, nos desincubindo da tarefa. Por que a juventude não está sendo alcançada, pelo menos que podería, por essa mensagem eloquente, dinâmica, aberta, sem "peias", que conhecemos tão bem? Não creio que a resposta seja, simplesmente, que os jovens não estão maduros o suficiente para entender a mensagem espirita. E não creio por uma reflexão que faço: ao contrário do final do século 19 até metade do século XX, de algumas décadas para os dias de hoje, houve um aumento da chamada média de maturidade, ou seja, um maior número de espiritos reencarnados já trazem as condições mínimas para o entendimento, principalmente as gerações mais recentes. Basta verificar a enorme quantidade de jovens que creem na imortalidade, na reencarnação, na mediunidade ou admira o espiritismo mas não adere a ele. Isso tambem se reflete em outros estratos cronológicos. Não estaria a resposta em outras variantes ?

Essa pesquisa do IBGE "bate" com o que tínhamos detectados na década de noventa e que vínhamos tratando com várias lideranças espiritas. Ao contrário da década de setenta e oitenta, particularmente no nordeste, assistimos nos  ultimos anos um arrefecimento de ânimo dos jovens quanto a se inserir no espiritismo. A evangelização infantil até que corresponde. Salas cheias. Muitas crianças. Quando atingem a idade da adolescencia, não mais permanecem e, até, em alguns casos, passam a fazer parte de outras denominações. Como coloquei acima, isso não é o problema. É bom verificar que os jovens estão seguindo a Jesus em outros seguimentos. O que me move é contribuir para identificarmos onde está o nó da questão. Onde podemos não estar sendo eficiente o suficiente para apresentar uma maior consistencia junto aos jovens.

Percebemos, ainda, que nos últimos cinco anos, houve uma melhora nessa questão. Alguns centros espiritas voltaram a ter seu grupo de jovens e apresentam um maior dinamismo. Os debates e congressos que foram feitos, parece,  vem surtindo algum efeito. Pedagogos modernos vem aperfeiçoando os planos de aulas e abrimos mais a questão das temáticas para que os jovens tenham acesso à visão espirita dos problemas atuais, afinal, o espiritismo dialoga com a vida, de maneira atraente e profunda. Como os jovens gostam.

A pesquisa governamental captou uma situação que alguns companheiros de ideal já haviam detectados. E é importante conversarmos à respeito. Vasculharmos as entranhas de nossas instituições e, descobrindo elementos que possam estar contribuindo para esse hiato entre infância e juventude, trabalharmos para que isto seja superado.

A mudança do planeta se fará conforme o planejado. Já abordamos aqui que as grandes verdades estão chegando à humanidade fora do próprio movimento espirita. Só que, um movimento espirita dinâmico, eficiente, sereno e produtivo, tambem junto à juventude, dará uma contribuição considerável para uma aceleração do processo de mudança. Afinal, se essa é a tarefa que nos cabe, é bom e saudável que nos desincumbamos dela da melhor maneira possível, não é verdade ?

P. S. - Se acharem pertinentes nossa reflexão, podem divulgar em seus blogs ou em sites espiritas este texto, se não for criar, claro, qualquer dificuldade ou aresta. Apresentem aos dirigentes de seus núcleos, se acharem pertinente, e escutem suas opiniões. Nosso objetivo é fomentar, junto à tantos corações que amam nossa doutrina, uma verdadeira tempestade de idéias relativas à questão. E, juntos, quem sabe, encontrarmos mais caminhos, alem dos maravilhosos que temos encontrado, para que a divina mensagem se aconchegue mais junto aos nossos jovens.

2 comentários:

  1. Pois é, Fred. Perceptivelmente, vemos muito poucos grupos jovens nas Casas Espíritas. Creio que isso passa, também, pela postura de alguns pais, mesmo os espíritas, que optam por não direcionar a opção religiosa dos filhos, para não "forçar a barra", deixando para que os filhos façam a escolha quando atingirem a maturidade, como já ouvi em comentários de algumas pessoas.

    Entendo ser esse um grave equívoco. Primeiramente, porque é missão dos pais educarem os seus filhos, inclusive no sentido religioso. Segundo, a base da Doutrina Espírita, quando bem assimilada desde tenra idade, tende a formar melhor o caráter dos jovens, de modo que é importante que os pais espíritas evangelizem seus filhos, desde crianças, nas hostes da Doutrina, deixando que façam a opção religiosa, sim, quando atingirem a maturidade, mas já com um conhecimento doutrinário que lhe facilite a escolha.

    De todo modo, teremos em setembro, aqui em Campina Grande, um Encontro da Juventude Espírita da Paraíba, e certamente essa será um evento importante para a difusão e concretização da DE dentre os jovens.

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  2. De fato... eu já havia levantado esse questionamento em casa, pois minha mãe é trabalhadora espírita, evangelizadora. O que percebi no período que participei de grupos da juventude no meio Espírita, onde não permaneci por N’s motivos... é que falta dinamicidade na mediação dos evangelizadores em passar a mensagem espírita, de forma simples e que chame a atenção do jovem, bem como estes jovens vislumbrarem na mensagem, também, a ação destas, vindas dos trabalhadores espíritas; além do que, muitos dos jovens não têm tanto interesse em participar de atividades que envolvam mediunidade. Noto que é muito penoso. Teve um tempo que me recusava a receber passes, pois passava mal na maioria das vezes que me submeti a um, por exemplo. É algo muito delicado a ser tratado, pois abarca a extrema responsabilidade do indivíduo perante a sua conduta. Há uma exigência maior com relação não só ao comportamento que se exterioriza, mas acima de tudo de foro intimo. A juventude é a fase onde as experimentações são necessidades, com certo “Q” de urgência, para esses jovens, os quais não estão muito inclinados a preocuparem-se com a questão da exigência de reforma íntima nessa etapa. Eles querem se expressar, sem achar que determinada atitude que tiverem possa denotar que estejam sendo vítimas de obsessão. Acredito que isso cause certo receio neles. Percebo que a maioria das pessoas que aderem ao movimento, são aquelas que já passaram por algumas experiências dolorosas na vida, que começaram a aprender a lição pela dor, e estão procurando um alento às suas decepções, buscando entender o porquê passaram por determinadas situações em vida. E essas reflexões, em regra, começam a eclodir mais nas fases maduras da vida. Por que não se leva esses questionamentos aos próprios jovens? Nada melhor do que eles para responder. Seria bem interessante conhecer a opinião deles.

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