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quinta-feira, 21 de março de 2013

OS ETs E AS RELIGIÕES EM PARAFUSO

No último fórum mundial de Davos, que reúne empresários e governantes dos países ricos naquela cidade da Suíça, um tema veio à pauta de maneira surpreendente: a existência de extraterrestres. Não que, de repente, os homens de negócios e os poderosos políticos passaram a ver discos voadores ou passaram a conversar com os ets. Acostumados a um pragmatismo até de natureza cética, esses homens trouxeram à baila, com o respaldo da revista científica Nature, a abordagem. Indicaram que, conforme cálculos e probabilidades estatísticos, a questão não é se existe vida em outros mundos ( vida inteligente, claro ) e sim, quando essas vidas manterão contato conosco, os terráqueos. Sinal dos tempos, não ?

Uma das preocupações de um painel de debate que abordou o assunto é como as religiões receberiam a notícia. Segundo alguns dos presentes, poderiam "entrar em parafuso" pela questão teológica, onde elas estruturam seus ensinamentos. A Terra seria o centro da vida no universo os princípios morais sofreriam um possível abalo. Por exemplo: nestes possíveis mundos habitados, o que se ensina aqui valeria? E se assim não fosse, como ficariam os bilhões de fiéis, acostumados, há séculos, com a abordagem do pecado, do céu e do inferno, etc ?

Bom, entendemos a preocupação que foi levantada, apenas gostaria de ressalvar que, no Espiritismo, não haveria qualquer problema. Em suas bases, divulga a pluralidade dos mundos habitados e desde seu início enfatiza que temos irmãos de outros muindos, que a Terra não só não é o centro do universo, como não é o ápice da moral e da inteligência, muito pelo contrário. A amplitude da abordagem espírita faz seus estudiosos compreender esta assertiva bem como encarar com naturalidade a existência desses mundos habitados. Quanto ao fato da moral ensinada pelas religiões não ser exatamente seguida em possíveis outras civilizações, também aí a mesma naturalidade se apresenta dentro dos postulados espíritas. O ensino moral da doutrina, conquanto estruturado na Boa Nova, que conhecemos na Terra, traz uma concepção universalista, vendo os valores morais como Lei da natureza, sendo qualificada na Terra ou em outros mundos. Não é um "corpo" de ensinamentos dogmáticos, organizado em mitos e condenações dos céus. Os princípios espíritas podem ser estudados e entendidos em qualquer parte do universo, naturalmente, obedecendo sua profundidade à condição de maior ou menor grau de evolução da humanidade que a estuda.

Jesus trouxe esta mesma estrutura cósmica para a Terra, as enxertias dos homens desnaturaram esses ensinamentos. Os interesses humanos criaram teologias e, até, ensinamentos que ferem o bom senso e a razão, apresentando, em muitos casos, um Deus com tanto defeitos quantos os homens. Por diversos motivos, invertemos a Bíblia, fazendo com que, ao invés de sermos a imagem e semelhança de Deus o fizemos a nossa imagem e semelhança.

Para o Espiritismo, portanto, não haverá qualquer problema quando esse contato com possíveis civilizações venha a ser anunciado oficialmente. Até o desejamos, para que a humanidade ascenda em maturidade espiritual e compreenda a grandeza dos universos, das múltiplas dimensões e, a partir daí, compreenda-se que Deus é maior do que os homens supõem em suas formas de crer. Creio que todas as religiões necessitarão sofrer mudanças, adaptações em relação às conquistas do conhecimento, não só em relação aos extraterrestres como à outros fatores transcendentais da vida universal. É da lei do progresso. Este não pode ser detido. Nada ficará parada, estanque ante sua força colossal. E que venham nossos irmãos de outras terras.


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