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sexta-feira, 28 de junho de 2013

QUANDO O DIA AMANHECE CINZA

Diria o poeta ante as nuvens de um dia que nasce acinzentado que a alma dele está entristecida. Há, realmente, dias que parecem ter o poder de nos levar à melancolia, às lembranças que não sabemos precisar ou para as recordações que nos feriram em algum momento. Resolvi escrever esta pequena crônica porque acredito que esta sensação ocorre com quase todos nós. Somos compostos por lembranças boas que nos marcaram de tal maneira feliz que podemos sentir saudades daqueles momentos inesquecíveis. E outras histórias que abriram dolorosamente sulcos de amargura em nosso caminho.

Mas quando o dia amanhecer cinza não devemos ficar nele. Recordar que há sol resplandecendo além das nuvens é semelhante a entender que toda tempestade passa e novos dias e momentos virão, transformando, de alguma maneira, nossas vidas. Ficar preso às más recordações é fixar a alma no que desanima e paralisa a capacidade de reação, tão importante para que sigamos adiante. A lágrima não deve cair perenemente, embora seja importante, muitas vezes, que ela venha a transbordar da alma.

Deter-se no inverno é não entender que a própria natureza, em seus ciclos sábios, nos indica que necessitamos de etapas no longo aprendizado. Assim como ela, teremos invernos, que aperfeiçoam a alma pelas lágrimas; outono, que indica reflexão; verão, a acender o calor da vida, e primavera, amplificando a noção de recomeço para o espírito, quando as flores reaparecem, mensagem de esperança de Deus para as estradas de cada um de nós.

Quanto mais a alma ascende, mais amplo poder de síntese desenvolve em si mesmo, até que chegamos a uma dimensão onde tudo se une num perene sol cintilante, com permanente perfume das flores das conquistas. Dos outonos e invernos ficarão as experiências, as vivências, a fim de que venhamos a amparar os que ainda caminharem na área dos ciclos de aprendizagem por onde já teremos passado.

Portanto, quando o dia amanhecer cinza e nossa vida parecer um fracasso ou um inverno constante, não desanimemos, pois não há inverno permanente e nem nuvem que obstacule, para sempre, a luz do sol.

3 comentários:

  1. Sábias palavras... só tenho a agradecer à Deus por ter mandado à Terra irmãos sábios como você, Frederico Menezes, que reparte conosco a sabedoria Divina! Obrigada por exercer tão bem a sua missão!! E nos ajudar nesta caminhada terrena!

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  2. Os tons acinzentados da vida não são fáceis... Porém, se soubermos acolhê-los, entendendo-os como formas de resgate ou aprendizado, certamente veremos que esta tonalidade, antes era bem mais escura. O cinza, nada mais é que a mistura do preto com o branco não é mesmo? Que possamos enxergar, em meio a essa suposta escuridão,a luz que a ela se uniu para nos dar novas oportunidade de refazimento. Riso Araújo

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  3. Belo texto,dois ótimos comentários.De fato,como diz o ditado:"ao passar se cresce";é assim mesmo! passando pelos graus de cinza vamos crescendo.Saliento, outrossim, acerca do cinza avermelhado do crepúsculo vespertino;ele vem no final da tarde e,com um abraço,encontra a escuridão e,na escuridão,bem quetinha,está a magnífica lua a iluminar.

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