O TRABALHO DE HELENA

Acho que já escrevi sobre ela aqui no nosso espaço. Faz muito tempo. Helena me deslumbra sempre que a visito como fiz esta manhã. Seu trabalho acolhendo pessoas que sofrem de algum tipo de câncer e que vem do interior, a grande maioria sem qualquer condição financeira, é algo da presença dos espíritos nobres na face da Terra. Ela mesma enfrenta grandes dificuldades finnceiras e emocionais pois sua fiilha, Lúcia, enfrenta uma batalha com enfermidade que a obriga estar constantimento internada, inclusive, viajará, por esses dias,  à Ribeirão Preto, São Paulo. A pousada "Filhos de Deus", com sua plaquinha bem singela, fica próxima a Av. Mário Melo, numa rua transversal, escondidinha, nas proximidades da Rádio Jornal do Commercio, aqui em Recife. De vez em quando a dispensa fica vazia mas sempre aparecem doações e corações amigos. Hoje mesmo, véspera de feriado, cerca de trinta e cinco pessoas estavam na casa ( na verdade, a maioria estava nos hospitais, fazendo quimio ou radio terapia). Estarão na hora do almoço para a alimentação de que precisam. Na verdade, do alimento material e espiritual, que Helena, em sua condição, procura atender.

Sempre preocupada com seus semelhantes, alem do trabalho maravilhoso que desenvolve, ainda que sem uma estrutura adequada, Helena  se desdobra para beneficiar comunidades carentes existentes nas proximidades da sua casa "Filhos de Deus". O que recebe sobrando de doações leva para favelas e casebres em necessidade.  distribui sopa para as dezenas de famílias que vivem embaixo dos viadutos de Recife. Alem de amparar os que chegam com câncer, seu coração sempre acolhe pessoas abandonadas com outras enfermidades. Sofre críticas dos que nada fazem, mas adoram criticar quem faz, pelo fato de não atender, apenas, os que tem câncer. Coração que ama é assim mesmo: não tem tempo para ficar "presa" a burocracias e supostos focos de trabalho. Ela deseja amar, na simplicidade que lhe caracteriza o ser. E nunca deixou de focar seu trabalho nos que vivem a dolorosa saga do câncer e não tem condições de se tratar em hospitais de ponta, como o Sírio- Libanês, em São Paulo, meca dos políticos e empresários que sofrem do mesmo mal.

Estive, como escrevi, com Helena esta manhã. Voltei revigorado para casa e, como sempre, refletindo que poderia fazer algo mais, que quase nada tenho realizado, mesmo com a saúde que me bafeja a atual existencia ( Helena ainda tem problema de saúde ). E sinto que uma energia se move aqui dentro da alma, me propondo estímulos santos para me aproximar dessa mulher que esquece tanto de si para ofertar apoio, uma energia familiar, aos que chegam de suas realidades duras, com suas enfermidades dolorosas, para tratamento na capital pernambucana. Um beijo, Helena. E me ensine, amiga, a servir, de fato, aos irmãos que tanto sofrem.