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quinta-feira, 4 de abril de 2013

QUALIDADE E QUANTIDADE

É pensamento corrente no movimento espírita que a doutrina não faz proselitismo e nem se mede pela quantidade de seguidores. O trabalho é de disseminação das ideias espíritas, esperando o terreno amadurecido para que sejam albergadas nas almas. Isso, porem, necessita ser melhor entendido pois não se pode cair na concepção simplista de que não devemos nos esforçar para mais ampla difusão do pensamento espírita pois  faz-se necessário maturidade da alma para que se deixe penetrar pela mensagem. Não é totalmente assim. Quando olhamos o desempenho do codificador, na França da sua época, entendemos que a visão do mestre lionês era de que o espiritismo precisava ser divulgado da melhor maneira possível, inclusive, escrevera ele em sua revista espírita, para que viesse alcançar as massas. Só assim, as ideias espíritas iria cumprir, finalmente, seu objetivo de influenciar a sociedade humana, auxiliando sua transformação.

Ora, Allan Kardec demonstrou, em toda sua missão, que não poupou esforços para que um maior número de pessoas tomasse contato com o pensamento espírita. Viajou por várias cidades francesas e alguns países europeus, numa época de mais difícil locomoção; lançou uma revista que era verdadeiro laboratório de reflexões espíritas e escreveu livros e artigos, utilizando os meios que tinha à sua disposição no século 19. O que não faria ele com os meios de comunicação de massa que temos nos dias de hoje? O codificador chegou a escrever na sua revista que o espiritismo deve chegar, primordialmente, aos que não tem religião, e não aos que se encontram satisfeitos em seus seguimentos. Se preocupava ele ( e isso está escrito em seu periódico ) com as estatísticas e ressalvava, quando achava conveniente, o crescimento do número de espíritas em todo o mundo, particularmente, nas cidades francesas. Destaque para Lyon, cidade operária à época, o que fazia Kardec mais valorizar a divulgação vigorosa do espiritismo nessas localidades pois favoreceria o aperfeiçoamento moral das massas dos trabalhadores.

Chico Xavier também enfatizava que o espiritismo precisava chegar ao povo, às pessoas mais simples. E isso implica, óbvio, a proliferação das suas ideias. Portanto, ante o exposto, enfatizo, sim, que a qualidade é fundamental, não apenas no espiritismo mas em todas as expressões da vida humana, no entanto, isto não impede ( e não deve mesmo) que trabalhemos para que um maior número possível de almas possa ter acesso à mensagem esclarecedora espírita. Emmanuel externou pensamento semelhante ao escrever, por intermédio do médium Xavier, que a maior "caridade que faríamos ao espiritismo seria sua divulgação".

Planejar, organizar, avaliar o processo de difusão espírita, é o que nos cabe, enquanto trabalhadores da causa. Temos um exemplo, ao meu ver, na questão identificada, quanto à relação dos centros espíritas junto ao público jovem. Segundo percepção empírica constatada pela pesquisa do IBGE, desde a década de 90 do século XX, teria ocorrido uma certa evasão de jovens das casas espiritistas. O órgão estatístico brasileiro constatou esse fato. O seguimento espírita envelhecera mais em relação à pesquisa anterior, de dez anos atrás. Os evangélicos rejuvenesceram seu público, ou seja, mais jovens chegaram ao seguimento. assistimos, porem, com grande contentamento, que o movimento deu início a uma reação, reunindo-se para seminários, congressos e avaliações das dificuldades para se chegar mais consistentemente à juventude. Isso implica mais planejamento, averiguação de erros e programação didática para motivar a revira- volta da questão. Com certeza, assim agiria,  também, Kardec.

Qualidade sempre. Quantidade não de forma preocupada em fazer proselitismo mas objetivando entregar, ao maior número de pessoas, as ferramentas de espiritualização, de superação das dificuldades, de compreensão sobre nossa origem e destinação, como o faz o espiritismo.

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