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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

ESTUDAR MELHOR KARDEC

De quando em quando aparece alguem afirmando que os livros da codificação espirita estariam desatualizados, ou ultrapassados, como habitualmente dizem. Ora, desejo discordar frontalmente dessa grande inverdade. Mal entendemos o que nos livros de Kardec encontra-se posto, como queremos dizer que está ultrapassado? Muitos admiradores da causa espírita, empolgados pelo aluvião de conhecimento dos primeiros contatos com a filosofia espírita, anseiam por mais ampla cota de ensinamentos e revelações. Ora, mal maturamos as que nos chegaram pela lucidez do codificador e ainda não digerimos, por exemplo, as informações das obras do espírito André Luis, psicografadas por Chico Xavier, e ficamos a desejar novas informações sobre o mundo dos espíritos, por exemplo. A sabedoria do Alto vai dosando os ensinamentos. Uma luz muito forte, cega, não clareia. Ao reler um dos livros de André ou de Allan Kardec sempre nos deparamos com detalhes e informações não percebidos anteriormente. Já meditamos, já estudamos criteriosamente o que temos em mãos, vindo das dimensões mais elevadas ?


É só verificar a nova geração de espiritistas. Muitos nunca estudaram ( e não me refiro a ler, apenas ), as obras clássicas e que são estruturais, do espiritismo. Gabriel Delane, Camille Flamarion, Leon Dennis, o próprio Allan Kardec, são meros desconhecidos ou superficialmente conhecidos pelos seguidores, claro que existindo as excessões. O número extraordinária de novas obras publicadas quase não dá tempo de se "mastigar" o livro lido há pouco. Fico pensando como podemos afirmar conhecer o espiritismo sem que tenhamos analisado as páginas sublimes das obras fundamentais e subsidiárias de sua filosofia. O resultado é que temos pessoas praticando mediunidade sem entender o que ela é, sem compreender as leis que regem os fenômenos, sem se aperceber das leis dos fluidos. Verificamos até dedicados seguidores da causa que, ante as provas que chegam no caminho, desnorteados face aos desafios, desanimados, se perguntam porque estão passando por isto ou aquilo, embora estejam "trabalhando" no centro espírita, como se espírita estivesse isento de seu acerto de contas com a vida e a consciencia, ante os desacertos de vidas passadas, ou como se novos ensinamentos não tivessem que receber.


Trago uma experiencia que considero interessante dessa realidade pelo fato de que, em eventos que tenho participado como expositor, responder perguntas de companheiros há muitos anos em tarefa diversa na casa espírita, caracterizadas, estas perguntas, pelo desconhecimento de temas primários em termos de espiritismo. Houvesse um mínimo estudo realizado sobre a doutrina e estas questões estariam resolvidas para estes companheiros respeitáveis, é verdade, mas que, em nome do conteúdo deste texto, preciso enfatizar essa observação relacionada à ausência do estudo criterioso das obras básicas.


Tenho grande carinho pelos que se interessam pelo espiritismo nos encontros e jamais deixo de responder-lhes as indagações dessa natureza, obviamente dentro das minhas grandes limitações. Apenas faço referência a isso devido à defesa que precisamos fazer da codificação e de uma melhor acuidade em termos de estudos das grandes obras espíritas. É um caudal de ensinamentos que nos encontramos ainda longe de esgotar. Não posso ficar indiferente ao fato de verificar que muitas livrarias espíritas não colocarem logo à frente, em suas prateleiras, essas obras que refuto prioritárias para quem deseja conhecer a grandeza espírita. E colocar pessoas preparadas nas livrarias para orientar os neófitos no que tange às obras a serem lidas. Até já abordei isto aqui no nosso blog.


O Espiritismo é progressivo e progressista por excelência. Gosto de enfatizar isto em minhas palestras. O próprio Allan Kardec faz referencia a isso na sua obra. Não é uma doutrina engessada no tempo e no espaço. Ao contrário. Anda de mãos dadas com o progresso das ciências. Agora, daí a pensar que as obras básicas estão ultrapassadas vai uma enorme distância. Como Yvone do Amaral Pereira escreveu certa feita, tratando desse mesmo assunto, naturalmente algumas novas informações chegarão para ampliar os ensinamentos. Kardec já previra isso. A primeira palavra fora dada, não a última. Se assim não fosse, seria mais uma doutrina dogmática, fadada ao fundamentalismo e nada mais contrário ao espiritismo que o fanatismo e o embotamento da mente. Mas ainda creio que o espiritismo parece ser um grande desconhecido de todos nós, seus seguidores.


Muito ainda temos que beber na fonte. Suas águas nos reservam tesouros cristalinos que ainda não penetramos. E esses tesouros mais antigos podem ser a garantia de segurança para se aproximar dos supostos tesouros de hoje. Coloco supostos pelo fato que há o trigo e o joio. Saber diferenciar um do outro pede critério, lucidez e conhecimento da base. E onde encontra-se a base? Raul Seixas, na sua música "Tente Outra Vez", diz: "a água cristalina ainda está na fonte...." Os cinco livros da codificação, acrescidos das obras "O Que é o Espiritismo" e "Obras Póstumas", alem dos clássicos acima expostos, representam a fonte. Bebamos dela.

2 comentários:

  1. Muiot bem meu jovem!Precisava ler essas palavras,pois sou completamente desorganizado na forma de pesquisar aquilo que me interessa.Muitas vezes é necessário ler algo que sabemos como fazer e por motivos diversos não fazemos.Obrigado e vou tomar uma atitude positiva:começar a trabalhar essa impulsividade difusa de aprender!Muito obrigado!!!

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  2. Muito pertinente, Amigo Fred! A literatura Espírita realmente é muito vasta, creio, para ser compreendida apenas com a leitura; volta e meia nos reportamos a filósofos da antiguidade para compreender o hoje e os compreender; diante disso, a Codificação Espírita é nos dias atuais uma grande novidade! Precisaremos de um bom tempo, como você afirma, para digeri-la! Um abraço!
    Ps. Vamos, amigo Vicente Pereira, tomar uma atitude positiva e aprender!

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