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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

O MEDO DA MORTE OU O RETORNO INFELIZ AO MUNDO DOS ESPÍRITOS

Lendo uma entrevista do venerável Chico Xavier, me deparei com uma colocação em que o médium mineiro faz referencia à questão do temor a morte que caracteriza a grande maioria dos seres humanos. Afirmou Chico que uma das causas do nosso receio sobre a morte estaria, tambem relacionado a outras desencarnações que tivemos e em que não chegamos muito bem na dimensão espiritual, ou seja, não morremos bem. A consciência nos causou grande desconforto. O sofrimento vivido na realidade sutil em outras ocasiões seria uma espécie de trauma que encontra-se fincado em nosso ser.

Faz sentido, claro. Sabemos que outras razões do temor à morte está relacionado ao instinto de conservação ( em parte ), ao medo do desconhecido, ao apego à matéria e ao peso de consciência, isto pelos deslizes cometidos na atualidade. Outro fator seria tambem cultural pois desde criança que a sociedade humana associa morte a rigidez do cadáver, fria como este fica, num hiperdimensionamento ao apego material. Chico Xavier nos apontou outro aspecto provocador do terrível medo de morrer e que se encontraria no inconsciente: o temor de voltar a viver os dramas de outras desencarnações que tivemos. Naturalmente a reencarnação é uma das leis do universo e só se morreu outra vez, obviamente porque  se viveu na carne em outros momentos.

O  pensamento espirita abordado pelo querido médium de Minas Gerais abre novos horizontes para a compreensão da problemática. Racional colocação pois compreendemos que tudo o que o espírito vivencia permanece como registro em seu ser imortal, agregando experiências salutares umas, nem tanto outras, ainda assim, servindo ao desenvolvimento da alma. Se desejamos vencer este temor da morte o caminho é o processo de nossa espiritualização, a busca pelos acertos de comportamento moral, libertando a consciência de seus entraves e dos instrumentos propiciadores de sofrimentos emocionais na realidade espiritual. Impõe-se a reforma íntima da criatura como elemento fundamental para "bem morrermos", sem temores ou receios próprios da condição de almas comprometidas com a retidão de princípios e comportamentos.

Recordando o livro "O Céu e o Inferno", de Allan Kardec, a morte de um homem justo é sempre marcado pela harmonia interior oferecida pela mente tranquila e, como que sentindo a atração da lei de sintonia, a alma nobre "sabe" que não há o que temer pois já carrega a aprovação da própria consciência. O coração está liberto. A sombra que a alma encontra no retorno será sempre aquela projetada pelo próprio coração. É um estado de consciência. Antes de viajar para fora  a alma viaja por dentro. É o que lhe dá equilíbrio e confiança, as boas ações, o bem realizado e os anseios dignos. É assim que desencarna o ser espiritualizado.

Sempre é tempo de viver bem para desencarnar melhor. Como a verdade é simples, não ?

2 comentários:

  1. ...Trabalhei por alguns anos num PS e vi muitos deixando o corpo físico das mais variadas formas.
    São imagens fortes que mesmo tendo noções da doutina,me causaram muita dor e reflexão. Hoje
    sinto o morrer de um jeito mais suave.Talvez como um parto natural,traumatico mas com alguma recompensa feliz.

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  2. Caro Fred,

    Há muito buscava esclarecimentos para esta questão. Vez ou outra me deparo com alguém referindo este medo ou querendo saber sobre os motivos. Lendo seu texto, tudo clarificou , elucidando as dúvidas, facilitando esclarecimentos necessários.
    Parabéns!
    Grato,
    Rufino (Ruy)
    Piaçabuçu

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