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segunda-feira, 12 de maio de 2014

O TEMPO DE DEUS

Tenho verificado, e sei que muitos assim tem feito, que existe, muitas vezes, um certo hiato entre nosso tempo e aquilo que chamamos tempo de Deus. Claro que estamos nos referindo ao fato de que, muitas vezes, nosso anseio para que algo ocorra faz com que não compreendamos exatmente porque esse algo ainda não se concretizou. Parece que o tempo das Leis difere do nosso. Os motivos seriam a necessidade efetiva da alma, seu grau de merecimento e, até, o esforço e a direção que o indivíduo está dando à própria vida.

Isso me remonta à passagem em que Jesus  recomenda-nos buscar primeiramente o reino de Deus e o restante viria por acréscimo. Ora, o Reino está dentro da criatura, no núcleo de nosso ser. Buscar o centro de nosso vida - o espírito e seus valores - e as demais coisas, sobretudo, de ordem material, ou seja, pertencente à experiencia física, a periferia, o entorno, o que circunda o núcleo, virá com naturalidade. Quando a alma se movimenta de conformidade com a Lei, faz-se poder de atração saudável, digno das melhores condições, desde que já tenha superado os fatores negativos desencadeados outrora ou tenha produzido uma nova realidade, edificante, com os atos atuais.

O  tempo de Deus,  solicita, para seu mais amplo entendimento, conquistas de sabedoria. A paciencia é uma dessas conquistas. Ela domina a ansiedade e favorece a humildade. Ajuda na leitura adequada do momento ou a identificar os elementos que nos faltam para a obtenção do que desejamos. Alem de nos auxiliar a rever o que anelamos. Essa sabedoria promove a capacidade na alma de avaliar se o que anseia é justo, é bom, é merecido ou viável.

O Universo e suas leis não é algo rígido. A vida das pessoas sofre alteração efetuada pelas atitudes, a partir da mente, que elas promovem. A mente construtiva, voltada ou educada para os valores positivos da alma, aproxima o ser do tempo de Deus, que é o funcionamento de Sua lei. Até que um dia nos sentiremos movendo-nos nela. Cada alma atrai múltiplos elementos e circunstâncias de acordo com aquilo que exala, produz, pensa e faz, tenha sido no ontem, em vidas anteriores, seja pela sua movimentação atual.

O amor cobre a multidão dos equívocos morais. O que sentimos e fazemos de positivo para a vida e aos nossos semelhantes no agora, apresenta um poder extraordinário de mover montanhas de dificuldades no caminho da alma. Os grandes sábios sempre souberam disso. Por isso, foram poderosos magnetos, atraindo monumentais recursos das forças soberanas e governantes do infinito para o cumprimento de suas missões. E aí verificamos que, quanto à evolução da alma, a medida que ela se desenvolve, seus anseios são cada vez mais espiritualizados e não se permitem desejar privilégios materias ou satisfações puramente passageiras, próprias de quem não entende a transcendencia da vida e de sua natureza.

A alma avançada não se satisfaz com mais comodidade. Inquieta-lhe o ócio, os benefícios que recebe. Traz em si o desejo ardente de oferecer benefícios, distribuindo tesouros do bem. Quanto mais se posiciona dessa maneira mais nada lhe faltará pois os "céus" lhes fornecem recursos poderosos para atingir seus elevados objetivos. Logo se vê que não se deve fixar a interpretação do texto evangélico em ganhos materiais que podem até ocorrer, desde que daí advenha algo mais produtivo para a humanidade. Se o beneficiado por elementos materiais se perder e não fizer-se instrumento do benefício à sociedade, sem dúvida, encontrará o resultado da inércia e do equívoco, de imediato ou lá adiante. Não é punição de Deus. É fundamento da Grande Lei, sábia e com objetivos sempre transformadores e indutores ao crescimento das almas.

O tema torna-se complexo quando miramos resultados imediatos mas ganha reflexos iluminativos quando dilatamos a  visão e estendemos o olhar na direção do futuro imortal. As religiões guardam alguma dificuldade de interpretar, ou pelo menos, de colocar para seus fiéis, porque algumas pessoas parecem atingir certos objetivos e outras, não. Ao contrário: existem casos em que se anseia tal rota e os rumos são bem diferentes do almejado, fazendo com que a imaturidade do fiel o leve na direção da incredulidade. Daí eu ter colocado que a busca da sabedoria é determinante para entender o chamado "tempo de Deus", ou Sua Vontade, ou ainda, o merecimento, ou mais ainda, a necessidade daquilo que desejam, os dentro do projeto traçado à evolução do indivíduo.

Muito ainda temos que aprender sobre os movimentos da vida e a força do livre arbítrio.

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