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quinta-feira, 15 de maio de 2014

TRISTE REALIDADE : FAMÍLIAS INTEIRAS SAQUEAVAM

Todo o Brasil acompanhou o caos em que mergulhou o Recife e sua área metropolitana face à greve da polícia militar de Pernambuco. Os meios de comunicação mostraram em seus programas jornalísticos, saques, assaltos às lojas, violência...parecia filme de terror. Mas o que mais me chamou a atenção foi uma triste constatação: não eram apenas bandidos acostumados a assaltar, a roubar, a matar, que estavam saqueando, selvagemente, as lojas comerciais. As imagens mostraram a degradação social em que nos encontramos no país. Parecia que famílias inteiras se mobilizavam na invasão dos prédios, levando televisores, geladeiras, fogões, etc.


Casais, em seus carros passeios, estacionavam e pilhavam as lojas. Uma imagem dolorosa se projetou na TV: um casal detido pela polícia rodoviária, ele sentado ao chão, algemado; ela, no carro, ao lado de um objeto, provavelmente o resultado do saque. Parecia estar grávida e não pareciam ser pessoas pobres, que vivem na miséria. E por que ressalvo este fato? sinceramente, por mais que doa escrever sobre isso, tive a impressão que muitos brasileiros, desde que tenham oportunidade, agiriam dessa maneira, ou seja, de forma desonesta, surrupiando, saqueando, pegando o que não é seu, mesmo criticando, às vezes, os políticos acusados de corrupção. Seria isso mesmo?


Por outro lado, volto a tratar de algo que já abordei em nosso blog. Quando aqueles que deveriam ser líderes de uma nação, dão exemplos negativos, e defendem os que lesam os cofres públicos, passam uma mensagem poderosa de que vale à pena a criminalidade. Se lá "em cima, no comando do povo, eles fazem o que fazem, então, por que não fazermos aqui "em baixo"? Como publicitário, sei perfeitamente a força das mensagens subliminares, umas mais que explícitas, diretas...


Estamos no rumo torto. Valores foram dilapidados ao longo dos anos. Mais que nunca a ausencia de educação de qualidade, ofertado à todos os cidadãos, faz uma tremenda falta. E fica claro a fragilidade da adesão da população aos postulados religiosos que dizem pertencer. Não tenho dúvida que muitos que ali estavam quebrando portas de lojas e roubado objetos, caso em outro momento sejam indagados sobre suas crenças, a grande maioria falará que segue o Cristo ou crê em Deus. As estatísticas mostram que a grande maioria se afirma religioso, mais especificamente, cristãos.


Este texto não é um julgamento sobre atitudes individuais, até porque não possuo qualquer condição para tal tipo de procedimento. É uma abordagem de reflexão, de análise da sociedade onde vivemos. Já postei a respeito do quanto, infelizmente, a sociedade brasileira encontra-se barbarizada, com frequentes atitudes de selvageria. No país voltado para o evangelho, isto é uma constatação muito amarga.


Essa abordagem tambem pretendo que possa abrir uma profunda reflexão dos diversos segmentos religiosos quanto à falência de suas ações junto a comunidade como um todo. Sei que a situação poderia estar bem pior se não fossem os trabalhos das religiões. Sei que milhões de outros brasileiros são honestos e não saqueariam qualquer loja ou pegariam aquilo que não lhe pertence. Acredito em milhares e milhares de cidadãos pobres e honestos, classe média e honestos, ricos e honestos, porem, não podemos fechar os olhos, como se um enorme desafio não estivesse à nossa frente, aguardando ação decisiva da sociedade nacional, das diversas comunidades, das múltiplas instituições brasileiras.


Assisti a indignação, sobretudo, de senhoras e senhores mais idosos, em lágrimas, dizendo que, em tantos anos morando na cidade de Abreu e Lima, onde os saques foram predominantes, jamais haviam visto algo como aquilo. E as lágrimas e a indignação, amigos, foram exatamente pelo fato que constatei: elas viam pessoas aparentemente honestas deixando um rastro de destruição, ou até então, catalogadas como honestas, que mostraram apelos negativos que, em geral, "dormem" na intimidade   de cada um, daí o Senhor ter alertado sobre a oração e a vigilância. As tendencias infelizes que ainda vigem em nós parece esperar uma oportunidade apenas para se manifestar. Seria isso ?


Temos muito a trabalhar. As instituições que se propõem a servir  nas causas nobres e elevadas necessitam contar com a consciencia de seus proflitentes. Que calemos nossas intrigas e nos dediquemos mais amplamente a educar, espalhar a grande luz, educando-nos primeiramente. O Amor seja a energia a irradiar-se de nós. Nada mais poderoso que a força do exemplo. Arrasta vidas, impulsiona almas. Em todos os quadrantes da vida brasileira, que faça-se um mutirão de moralização das mentes. E que os governantes resistam aos mecanismos das sombras pois muito responderão pelos desvios que impetram. Os rumos necessitam ser corrigidos. E os cidadãos precisam estar abertos para avaliar que exemplos estaremos deixando aos nossos filhos e netos.É preciso cuidar disso agora.


Um comentário:

  1. Triste e lamentável esse fato, acredito que tudo isso é consequência de uma educação distorcida e precária de nossa sociedade. Educação não limita-se a escola, professores, preparação para ENEM, vestibular... É importante e fundamental todo esse preparo para a vida profissional, mas, e onde fica a vida social e humanitária das pessoas? Se faz necessário uma educação completa, ou seja, que prepare o jovem para sua profissão e ao mesmo tempo o prepare também para uma vida civilizada, onde o respeito ao próximo seja valorizado.Muitos (por mais simples que pareça ser) tem grande dificuldade em respeitar uma fila, ajudar um idoso a atravessar uma rua, ceder seu lugar à uma gestante no ônibus, devolver um celular que alguém perdeu, guardar a embalagem do saquinho de pipoca para depois colocar no cesto do lixo, pedir desculpas, agradecer... já dizia Pitágoras: “Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens.”

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