O PERDÃO

A revista Veja desta semana trás, como matéria de capa, reportagem sobre o perdão.A abordagem é muito interessante porque dá um enfoque fora dos padrões tradicionais de caráter religioso. E mostra a virtude do perdão como algo que passou a ser uma preocupação da ciencia, da criatura humana no seu cotidiano e da civilização .

Embora relacione fatos que foram manchetes no mundo todo, a reportagem não aprofunda a questão do efeito do gesto no tocante à saúde do próprio organismo. Talvez porque em outras reportagens isso já tenha sido abordado. Claro que a matéria enfatiza o que ela chama de perdão laico, ou seja, de natureza sociológica, sem conotação da virtude santa da religiosidade. Fala, inclusive, na necessidade de quem ofendeu se arrepender. Disso discordamos, obviamente. O perdão, na visão do evangelho, independe do arrependimento de quem ofendeu. Mas até compreendemos que o jornalista procurou ater-se ao que se passa no estágio atual do planeta. O arrependimento do ofensor facilitaria a atitude do perdão. Não esperemos, portanto, encontrar no artigo, a concepção mais elevada que conhecemos do perdão.

O fato de se esmiuçar o perdão em revistas conceituadas e lidas por milhões já indica o sinal dos tempos. Especialistas do comportamento humano, psicólogos, humanistas, sociólogos, se debruçam em busca do entendimento da questão e falam que o perdão é uma necessidade para a preservação da saúde psíquica dos individuos e para a paz da coletividade.

São passos importantes na estruturação de uma humanidade mais pacífica, onde os valores espirituais pontifiquem, redirecionando os caminhos. Investir na valorização do caráter e na honestidade de propósitos e de ação é a vertente desse novo tempo.

A ebulição que toma conta da vida humana sinaliza mutações expressivas no planeta. Cada vez mais o ser humano valorizará as liberdades com responsabilidade, a vida e a fraternidade. Raiará, então, a alvorada da renovação mais aguda, impulsionando a Terra para a faixa de um mundo melhor, conforme previsão das esferas espirituais superioras. Tenhamos, então, olhos para ver e ouvidos para ouvir.