Você acessou o Blog de Frederico Menezes. Desejamos que seja ele de utilidade aos que lutam para construir um mundo melhor para todos.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

DONANA

Sabe uma dessas pessoas marcantes, que ficam bailando em nossa vida, perfumando-a e enchendo-a de permanente saudade? Pois é, Donana, como a chamávamos, era dessas almas. Sorriso aberto, com a boca cheia de ouro e prata e olhos talhados para sorrirem. Ria com os olhos. Sua pele reluzia tal a negritude encantadora que lhe dava especial beleza. Marcada pelo sofrimento da vida mas sempre cheia de sorrisos e afeto, dizia que eu era seu filho. Éramos "apaixonados" um pelo outro. Minha mãe pela alma( tive a felicidade de ter outras mães maravilhosas).

O nome dela real era Ana Zulmira. Coração talhado para o Bem. Mãos abertas e acolhedoras para todos os que sofriam. Fazia tapioca e um mingal criado por ela e me levava em casa, afirmando que eu precisava me alimentar. Coisas de mãe.

Por circunstância da vida perdemos contato com ela. Teve que ir morar noutra cidade. Ficou a saudade. E ficou a dúvida se ela ainda estaria na Terra. Ela já tinha uma idade avançada. As lutas me fizeram "esquecer " as indagações sobre o seu paradeiro. Até que uma moça que morava em São Paulo e veio morar em Pernambuco, terra de seu companheiro, começou a frequentar a Casa do Caminho, instituição que estou vinculado. Entrosou-se e breve começou a participar de nossas atividades mediúnicas. Eu não participava do grupo de atividades dessa amiga mas ela começou a narrar seus contatos espirituais com uma entidade que ela definia como uma simpática preta velha. Falou-me das mensagens singelas mas extremamente afetuosas. Indaguei-lhe se sabia o nome do espírito e ela disse: parece que é Zulmira.

Estremeci. Ela, então, me perguntou se eu sabia de algum espirito da equipe da casa com esse nome pois ela estava insegura à respeito dessa identidade. A descrição dela, da cor, do lenço, do sorriso e o nome me deixou atento. "Então, Donana estava no mundo dos espíritos..."

Meses depois tive a confirmação. Minha querida Ana Zulmira estava conosco. Interessante foi a prova que desejou nos ofertar se manifestando e dando a conhecer por uma pessoa que não sabia de minha história com ela, assim como a maioria dos outros trabalhadores da casa pois minha ligação com ela vinha de muitos anos atrás, no Ismael Gomes Braga, e creio que ninguem, da nova geração, a conhecia. Deu sinal de sua presença através de uma pessoa que viera de São Paulo e estreitou as informações de forma muito inteligente. Zulmira era semi-analfabeta, no entanto, de larga inteligencia, alem da beleza moral. Agora, estava de possse de um vasto patrimônio conquistado ao longo das muitas reencarnações.

Sinto seu sorriso tão largo quanto antes. E sinto que na concha de seu coração amante do evangelho, há lugares amplos para todos os que estão sequiosos de amor. Quem tiver sede de afeto, vai encontrar na sua alma de escol o abrigo de que carece. Assim deve ser nossa alma: abrigo, aconchego, dádiva incondicional. Como Donana, minha amada Ana Zulmira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário