O teu silencio ensurdecedor cai em minmha alma como um trovão ameaçador.
Parece selva à noite, e mais ensurdecedor teu silêncio é que as grandes árvores.
Por que tão brutal silêncio, mais amplo que o silencio do deserto, tão incomunicativo quanto este...Colocas intermináveis quilômetros entre o meu coração e o teu...No vazio de tua voz,
na ausência de tua alma, no vácuo da tua impermanência...
Esse silencio me recorda as grandes estepes, onde a neve e o verde parecem indiferentes ao solitário viajante que ousa atravessar-lhes os caminhos sem caminhos.
E pareces que desejas me punir com o teu silêncio de distância...
Ah, desejaria que fosse o calar das almas meditativas e não o linguajar ferido da dignidade.
Agora, mais que nunca, o teu silencio se parece com a voz da estrela mais distante, que não escuto,
que não percebo.
Aldebaram distante; Canópus entristecida; Beteguelze amortalhada...
Não desejo suportar esta ausencia embora a ausencia seja o texto final.
Em meio a dor de teu silêncio, pelo menos ele me recorda a eternidade, em que apenas o coração fala.
Oi amigo muito linda esta poesia ela realmente toca nas pessoas
ResponderExcluiramei!!!!! Abraços muita luz!!!! Fantástica!!!!
Voltando para te desejar um final de semana com muita luz paz e amor em seu coração!!! Abraços!!!!
ResponderExcluirPara refletirmos amei!!!!
AUSÊNCIA
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
Carlos Drummond de Andrade