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sábado, 1 de maio de 2010

CONHECI UM MISSIONÁRIO

Hoje conheci mais um missionário. Visitando uma invasão que recebe amparo da nossa Casa do Caminho, a invasão do Pocotó, me comovi ante a fantástica experiencia. Numa comunidade extremamente carente, esquecida pelo poder público, entre caminhos cheio de lama e buracos, misturando crianças e lixo, deparei- me com a luz brilhando em plena escuridão.

Ao chegar em um barraco(quase todos eles são feitos de plásticos e papelão), lá estava um rapazinho, na verdade ainda um garoto, de quinze anos de idade, sentado ao chão, ensinando tres outras crianças, inclusive uma que aparentava apenas uns tres aninhos, a ler. Um quadro improvisado, cadernos envelhecidos e ele, fisionomia serena tranquilidade exalando pelos poros, ensinando aos pequeninos. A dona do barraco vizinho nos disse que todo dia ele está ali, ensinando as crianças da invasão a ler. Sua filhinha já estava aprendendo alguma coisa. Era a menina dos tres anos. Nos comovemos pela abnegação daquele jovem. Poderia estar envolvido com os interesses próprios da sua idade, no entanto, trazia a luz do conhecimento para os demais.

Me surpreendi quando a mulher nos informou que era todo dia. Felipe é o nome do herói da Pocotó. Ele quer ser professor. Estuda num colégio do município pela manhã e à tarde, ensina às crianças. Parabenizamos sua dedicação, o gesto de ensinar, de auxiliar outros a combater a escuridão da ignorância. Ele sorriu envergonhado, muito tímido. Vamos ver como ajudar esse seu gesto,melhorando sua "escolinha". Ficou a beleza daquele pequeno missionário. Até ele sabe a importância da educação. Ah, se os que podem fazer mais pelo cidadão tambem encarasse dessa forma...!

Quem é esse espírito? Não sei. Não importa. Importa que conheci um missionário em plena favela do Pocotó e meu coração ficou em festa.

Um comentário:

  1. Fred,

    Em um tempo onde a educação é desvalorizada, onde os que adentram ao santuário da sala de aula, apenas o vão em buca do vil metal, inconformados pela falta de reconehcimento do poder público, vemos que ainda existem pessoas com amor ao que faz. Me emocionei com o texto, principalemente onde vc diz "entre caminhos cheio de lama e buracos, misturando crianças e lixo, deparei- me com a luz brilhando em plena escuridão."
    Toca profundamente a alma e nos faz acordar para a realidade tão perto de nós.

    Abraços

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