MEDIUNIDADE

Novamente o tema volta à cena a pedido de uma amiga do Blog, a Fau. E ela faz algumas indagações pertinentes, sobretudo porque toca a experiencia comum das pessoas. Por exemplo, ela pergunta se todos nós somos médiuns e se a faculdade mediúnica pode mesm0 ser desenvolvida, etc. Um espaço como um blog não comporta maior aprofundamento face a alguns fatores de leitura fácil e outros mais. Vejamos se podemos auxiliar, no entanto, nas questões suscitadas acima.

Sabemos que a mediunidade é um estado mais agudo de sensibilidade. São chamados médiuns as pessoas que trazem, de forma ostensiva, essa propriedade de entrar em relação mais direta com a dimensão espiritual. Se todas as pessoas são médiuns, tornou- se uma indagação muito corriqueira no meio espirita e, naturalmente, não espirita. Embora alguns dedicados estudiosos defendam a idéia que nem todos são médiuns, sou favorável a idéia que sim. Somos todos médiuns. Me baseio na idéia kardequiana à respeito. Ora, dois são os elementos que favorecem o fenômeno mediunico: pensamento e perispirito. Todos nós temos o fluxo mental contínuo e irradiamos ondas magnéticas que entram em relação com outras ondas mentais de teor equivalente, ondas estas exaladas por encarnados ou desencarnados. Isso indica que influenciamos e somos influenciados muito mais do que imaginamos, embora não venhamos a nos dar conta disso. Quanto ao corpo espiritual ou perispirito, é elemento fundamental para que o fenômeno se dê ostensivamente. Todos temos perispirito. Isso implica em dizer que as condições, pelo menos,em termos de princípios de elementos disponíveis, existem para a mediunidade em todas as criaturas humanas. É uma faculdade psíquica inerente aos espíritos.

Em gérmem, somos todos médiuns. Agora, tecnicamente, chama-se médium a pessoa que apresenta a peculiaridade da ostensividade mediúnica. Podemos desenvolve-la? Claro, afinal, o próprio codificador fala-nos, em o Livro dos Médiuns, que isso é possível. São canais de sensibilidade que , não apenas podem ser abertos por uma vontade determinada e prática, como por circustâncias alheias à vontade da pessoa: uma doença que enfraqueça o organismo, um fato de natureza emocional impactante, etc.

E por que algumas pessoas apresentam essa condição mediunica desde pequenina? Aí adentramos a questão relativa aos compromissos reencarnatórios organizados antes da vinda ao mundo. Quando isso ocorre, conforme verificamos na excelente obra do espirito André Luiz, psicografada por Chico Xavier, Os Mensageiros, tudo é organizado na estrutura orgânica do reencarnante para lhe favorecer as condições psíquicas e a implementação fisiológica que favoreça a ostensividade mediunica. Lembremos Kardec quando nos diz que a faculdade é psíquica, porem, radica-se no organismo. Este teria a predisposição para essa ostensividade. Com a obra de André Luiz, entendemos onde nasce essa predisposição orgânica. Sugiro, tanto a leitura dessa obra como a leitura do Livro dos Médiuns e Nos dominios da Mediunidade,de André Luiz.

Importante termos em vista que a questão moral é imprescindível no tocante a que tipo de espirito o médium sintoniza. Conforme seja a vida moral do medianeiro, a natureza moral das entidades que utilizem essa hiper sensibilidade será correspondente. A mediunidade em si é um instrumento neutro. Sua utilização, porem, depende da espiritualização do medium. Ela pode ser uma faculdade geradora de felicidade, auto-estima elevada e bem estar ou pode se transformar em canal de angústia e agonia pelos fatores acima expostos.

São raros na Terra os médiuns por conquista evolutiva. A grande maioria ganha esse "presente divino" para reordenar o próprio passado problemático através da prática da caridade, do bem que a mediunidade propicia à pessoa realizar. Portanto, a mediunidade não é um dom, no sentido de algo especial que só alguns privilegiados teriam recebidos de Deus através da natureza, e sim, recurso superior da vida que constitui nossa natureza espiritual, a espera de condições orgânicas propícias para se manifestar mais largamente. Quem se dispõe a amar dilata seu universo íntimo, tornando-se médium da luz e da esperança, antes de se-lo, apenas, em suas expressões fenomênicas. Espero ter sido útil, amiga Fau.