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sexta-feira, 14 de março de 2014

O PESO DOS ANOS OU A LEVEZA DOS TEMPOS?

Observando os que já vivem a chamada fase do idoso, fico a pensar o que se passa naquelas mentes. O olhar às vezes perdido, observando vagamente a paisagem, parece envolver o ser nas brumas da melancolia. Todo um universo da pensamento, recordações, arrependimento ou gratas lembranças perpassam o espírito deles. Recordo, então, o ensinamento do grande filósofo espírita Leon Denis ao descrever a velhice como o período do recolhimento da alma, preparando-se para o retorno ao Grande Lar. Esse período estabelece-se, ainda conforme o escritor francês, como àquele voltado para averiguação, mesmo que sem muita lucidez, sobre o que fora feito de proveitoso, na atual reencarnação.

Alguns parecem carregar o peso dos anos como quem transporta toda a dor do mundo; outros, embora minoria, parecem trazer o tempo com uma leveza própria da sabedoria que os anos vividos podem proporcionar. Seria a leveza dos tempos. Num ou noutro caso, é um estágio fundamental para o amadurecimento da alma. A ancianidade tem, tambem, seus encantos. E não são poucos. Esses encantos aparecem melhor para os que sabem envelhecer ou situam a vida para muito alem da carne. Pode-se ter uma grande diminuição da ansiedade. Pode-se superar a tensão própria da vaidade excessiva. Valorizar-se mais os sentimentos profundos, mais ricos...

Saber envelhecer é uma arte. E tambem, uma ciencia. Dizem os benfeitores espirituais que a melhor maneira de envelhecer é apostando, quando na juventude e madureza, nas obras do bem, no caráter límpido, na honestidade cristalina. Muitos males próprios do príodo podem ser minimizados e até superados quando trazemos dos dias de juventude e da fase adulta, lembranças dignas, que mantenham a alma o mais longe possível de graves perturbações da consciencia.

Mas, ainda que assim não tenha  ocorrido, aproveitar a fase para meditar, recolher lições, aprendizados concedidos pelo tempo. O espírito sempre pode progredir. Todo tempo é tempo de avançar. Para Deus o mais importante é que avancemos, iluminando os vãos escuros da alma com o farol da transformação pessoal. Um minuto pode mudar radicalmente os caminhos do ser. Um pequeno instante pode fazer grande diferença nas estradas de cada um de nós, independente da idade física. Afinal, quantos arrependimentos ou reconciliações não ocorrem até mesmo às portas da desencarnação?

Se ainda não chegamos a este período, aproveitemos melhor nossos dias, semeando o bem, plantando carinho, amizade, respeito, afeto...envelheceremos, então, com a leveza dos tempos, sem o peso dos anos. E os que já atingiram a fase mais avançada e trazem, porventura, mágoas ou ressentimentos, remorsos e angústias, sempre brilha a oportunidade de mudar de vibração, buscando entender onde se errou ou estabelecendo o perdão, a fim de que a mágoa não os torne mais infeliz. É o que importa: mudar. Acreditar que podemos ser outros. Este é o objetivo da Grande Lei para que conheçamos, em breve, a plenitude.


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