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terça-feira, 5 de outubro de 2010

OS OLHOS DOCES DE CAMILA

Lá estava ela, quase deitada no sofá. Séria e suave. Traços tão delicados que se assemelhavam a um amanhecer. Quatro para cinco anos de idade. Vem me abraçar com uma delicadeza que impressiona. Ela oferece o rostinho para que a beije. Observo seus olhos ali, bem de perto. E espanto-me com o que vejo.

Quem é Camila? De onde vem Camila? De que céu, de que nave, de que édem?

Seus olhos refletem uma doçura não melosa, mas firme. Terna expressão mas que não incute qualquer idéia de fragilidade. Fala com desenvoltura e parece saber o que quer. Quando nos encontramos na rua, corre e abre os braços de uma maneira tal que parece querer nos guardar em seu coração.

Meu irmão - o avô de Camila - me fala de sua maturidade, das tiradas próprias de uma alma vivida.

Ah, os olhos doces de Camila. Eu os olho e vejo a nova Terra, o novo édem, a nova era. Vejo a volta da limpidez e a sinceridade de retorno. Vejo as promessas proféticas se concretizando e vejo que o amor passeia pelo mundo e o mundo não vê. Sei que Camila tem defeitos, sim. Essa crônica é inspirada pela esperança e pelo coração que varre o infinito na ânsia de ver os anjos descendo. Enquanto não tenho certeza de onde eles estão, deixo-me entregue, feliz, em ver os doces olhos de minha pequena Camila, minha sobrinha-neta.

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