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quinta-feira, 8 de setembro de 2011

MOBILIDADE RELIGIOSA

Pesquisas recentes realizadas por sociólogos e teólogos e que a revista Istoé publicou em sua edição de 24 de agosto expressam um fenômeno que já há lgum tempo vem ocorrendo mas que intensificou-se nos últimos cinco anos: a mobilidade religiosa, ou seja,cada vez um maior número de pessoas migra para outras denominações religiosas. Alem da já conhecida transferencia de fé de católicos para o ambiente evangélico, dois novos fluxos tem chamado a atenção dos estudiosos. Esses dois fluxos migratórios refletem uma realidade do interior das pessoas que merecem mais acurada observação. Aumenta o número de evangelicos que não frequentam nenhuma das igrejas, semelhantes à muitos católicos que se afirmam como tal mas não frequentam a missa. Nasceram em berço evangélico, se denominam como tal, mas não possuem uma afinidade com qualquer de seus cultos. Há alguns anos isso equivalia à cerca de 0, 25% nas estatísticas e hoje representa algo em torno de 2, 50%, cerca de quatro milhões de fiéis evangélicos sem igreja. O outro fluxo, embora muito incipiente mas consistente, ainda conforme a pesquisa publicada, é a adesão de antigos evangélicos à seguimentos dos cultos afro brasileiros. Segundo ainda o mesmo levantamento, cerca de 35% dos seguidores desse culto já teve experiencia de anos no evangelismo.

Bom, o que poderia ser visto como algo preocupante, na verdade, em meu entender, representa as transformações que hora vivenciamos. É como se o ser humano estivesse insatisfeito com suas buscas espirituais e os depoimentos dos que migraram para outra forma de crença espelham e reforçam este raciocínio. Cada vez mais aumenta o número dos que parecem desejar um caminho de "desinstitucionalização" da própria crença. Ou seja, muitos creem em Deus, sabem que algo existe de transcendente, ainda não encontraram exatamente a resposta, não se veem contemplados com as formas de crença tradicionais e preferem seguir sem religião "formal". Claro que essa é uma fatia dos que tem participado dessa mobilidade. A outra parte tem varioss motivos de migração, como não estar satisfeito na denominação, vazio interior, experiencias pessoais na área da espiritualidade ou questionamento intelectual.

O terreno está aberto. A inquietação interior e a busca de respostas consistentes para os dramas da vida elaboram um caldo de cultura altamente efervescente, provocando novos desafios às várias denominações religiosas que anseiam não só não perder fiéis como desejam conquistar novos adeptos. E onde se insere o espiritismo ?

Primeiro, por não ser uma religião institucionalizada e sim religiosidade acima de formalidades, ainda deverá permanecer com minoria natural nesse processo. Segundo, por voltar seu olhar para a qualidade da fé e ao aperfeiçoamento espiritual dos seres humanos, oferta uma filosofia aberta, abrangente e uma fatia desse fluxo ( mínima ) tem propensão natural a mergulhar em suas águas. É possível que um número talvez triplicado de pessoas passem pelos centros espiritistas, no entanto, como sempre, um número reduzido permanecerá ali, o que não quer dizer que aqueles que se afastam para outros seguimentos não levem a semente do esclarecimento espiritual consigo.

Na verdade, é importante que, com serenidade, as casas espiritas e os vários seguimentos religiosos, se preparem para responder as indagações e inquietações de milhões de almas nos tempos de hoje. O ser humano está em busca de sua identidade, de sua natureza espiritual e a forma de vida puramente material não lhe satisfaz como antes. Pressentem que algo mais deve formar o sentido da vida. Pressentem que o que é sutil faz cada vez mais pressão sobre suas existencias. As religiões serão levadas a depurar-se , a desmaterializar-se, sob risco de de não atender a ânsia da alma. O Espiritismo sabe perfeitamente o que é isso.

Um comentário:

  1. Olá Frederico,
    Paz e Alegria!Excelente s postagens! Compartilhei em nosso blog! Fica com Deus!
    Bella

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