No Brasil, um dado assustador: morrem 75 mulheres por 100 mil bebês nascidos vivos, uma taxa bem acima do aceitável, ou seja, cerca de 1. 600 mulheres morrem no período entre a ges tação e seis semanas após o parto, por complicações decorrentes ou agravados pelo estado reprodutivo. 90% dos óbitos são evitáveis, causados, por exemplo, por tratamento inadequado e negligência. Isso é mais um reflexo de nosso caos na saúde pública. São números africanos. São inadmissíveis para qualquer nação muito mais ainda para uma nação como a nossa, com recursos para não te-los. A OMS cataloga esses números brasileiros como altíssimos, próprios de países subdesenvolvidos.
Interessante é que temos recursos, sim. O problema está, desde o gerenciamento, com a devida aplicação, à sinceridade de propósitos. Vejam essa: foi divulgado na imprensa, esta semana, que o governo diminuiu o percentual aplicado na saúde e aumentou o percentual do bolsa família. A saúde é uma tragédia mas o bolsa família tem um apelo político eleitoral esplendoroso. Só posso pensar que esse seja o motivo. E os governantes querem criar um novo mposto para a saúde. Não aceitam ter perdido a CPMF. Ora, temos dinheiro sim. Falta aplicá-lo adequadamente. Falta coibir os desvios. Falta o verdadeiro sentimento de dever público. É muito dolorosa a condição de um político após a morte quando ele traz a marca do desvio do recurso público ou a negligência em sua tarefa de beneficiar a coletividade.
O flagelo de tantas mães morrendo para ter filho é mais um triste indicador de que necessitamos saltar de patamar em todos os sentidos. É preciso que o povo entenda que o governante é um gerente que ele contratou para administrar o bem coletivo e não o dono do país, do estado ou da cidade. Idolatrá-lo é abrir caminhos para sérios problemas para a vida coletiva. Nos países esclarecidos isto já é assim. Precisamos fazer o mesmo por aqui.
Estamos precisando de individuos que tenham dignidade de agir corretamente, na profissão que escolheu ter, estamos cheios de gestores que ainda pensam no que podem lucrar, e não como ajudar o outro ter uma melhor qualidade de vida. Essa taxa de mortalidade é um descaso com VIDA. :(
ResponderExcluire uma vergonha para nosso Pais, se formos comentar as coisas que estão ocorrendo no meio desses gestores, "Deus tampava os ouvidos", falando na giria humana.