Poucos ouviram falar em Victor Frankl. Ele foi um desses corações que vieram deixar uma vida dignificante e com grande cabedal de ensinamentos. Psicólogo, viveu 36 meses em campos de concentração nazista durante a segunda guerra mundial. Lá, viu sua mulher, o filho que não chegou a nascer, o pai, a mãe e seu irmão serem dizimados pela crueldade nazista. E ainda que vivendo essa trágica situação, suportou com verdadeiro estoicismo essas dores atrozes, sem enlouquecer ou deprimir-se. Acreditava na vida e na dimensão espiritual do ser humano.
Sua dolorosa experiencia está colocada para a humanidade na obra de sua autoria: Em Busca de Sentido - Um psicólogo no campo de concentração, publicada em 1946. Médico psiquiatra e doutor em filosofia, foi professor de psiquiatria e neurologia na Universidade de Viena. Recebeu 29 títulos de doutor Honoris Causa e publicou mais 27 livros que foram editados em 22 idiomas. Cito isto para dar uma idéia de sua contribuição moral e cultural para a humanidade. Profundamente humanista, cria na dimensão espiritual do ser humano, isso desde criança, quando, aos 14 anos, ante a colocação de um professor de ciencias naturais referente à que a vida seria simplesmente uma resultante de uma combustão, questionou-o : "então, qual o sentido da vida ?.
Criou a psicologia das alturas, em contraste com a psicologia das profundezas pois reconhecia a a capacidade do ser humano de aspirar aos fatores motivacionais além do mero instinto. Essa era sua abordagem teórica. Sua tese era de que o homem possuía uma dimensão espiritual e a indiferença deste em relação à essa sua realidade seria responsável por uma série de enfermidades emocionais, alem de produzir pessoas sem encontrar um sentido para a vida.
Frankl realizou pesquisas lá mesmo no campo de concentração de Auschwitz, onde era conhecido como o prisioneiro 119. 104, tendo como foco central de suas averiguações "tornar fecunda essa dimensão espiritual do homem, com o fim de aliviar e superar as perturbações da alma". Que grandeza e contribuição à humanidade! Uma psicologia com alma. Vejam só o que escreveu nosso personagem sobre o que seria o ser humano livre: "Aquele capaz de se adaptar em todas as circunstâncias e ocorrências (...) que não é obrigado a sucumbir a seus impulsos instintivos, sentimentos de inferioridade, frustrações, etc, porque consegue elevar-se espiritualmente acima de tudo isso". Ele mesmo foi um exemplo do que escreveu, não sucumbindo ao drama de violência que passou, assistindo a ferocidade trucidando os seres que mais amava, alem, claro, de todos os sofrimentos que viveu nos campos de detenção nazista. Uma vida exemplar. Uma vida que fez todo o sentido e deu sentido à vida.
Concluo esse breve texto com o pensamento do Dr. Frankl: "Em nossos dias um número cada vez maior de indivíduos dispõe de recursos para viver, mas não de um sentido pelo qual viver".
Poucas palavras de sentido muito profundo...
ResponderExcluirSerá que temos alegria de viver, de estar vivo. Viver sem ter vergonha de ser feliz, e felicidade sempre pede simplicidade...
Forte Abraço,
Gustavo Cajueiro
Obrigado caro amigo Fred, pois hoje vou proferir uma palestrabsobre hipertensão e estresse e este texto caiu como uma luva. Há alguma dúvida sobre o nível de estresse do ambiente em que ele ficou tanto tempo? Mas a resposta ao estresse, a resposta do espírito às situações que a vida nos oferece no educandário da vida eterna é o que faz a diferença. Muito obrigado amigo.
ResponderExcluirQue homem de espiritualidade marcante. Ficamos emocionados por dividir conosco conhecimentos a respeito dessa criatura que tinha pensamentos tão importantes para a humanidade. Obrigada e muita luz para Você e sua família.
ResponderExcluirNa sexta- feira fui dar uma palestra sobre hipertensão e estresse, pois após elaborar o texto, li no seu blog este texto maravilhoso e compartilhei com os ouvintes no término da apresentação. Após dizer que o estresse mesmo sendo o mesmo para muitos, as reações são totalmente diferentes. Mesmo sem falar sobre espiritismo, plantei uma semente em cada coração, falando que nosso mundo interior, nossa alma, nossa mente envia informações para o organismo celular, agindo sobre as glândulas endócrinas, e estas por sua vez produzem os efeitos conhecidos como demonstração do estresse. O que faz a diferença é a capacidade de adaptar-se ás situações que se nos apresentam. Muito obrigado! E que exemplo deste homem, poderia ter semeado as discussões e preferiu semear a paz! Obrigado !
ResponderExcluirE continuando: Como ser feliz se os que nos rodeiam são infelizes? Por que somos infelizes? É que procuramos a felicidade nos lugares errados, nos outros, no mundo exterior, e a felicidade reside dentro de nós, no fazer os outros felizes. Quando emanamos o tóxico do ódio, nós somos os primeiros intoxicados, e quando emanamos o amor, somos os primeiros abençoados. Como dizia uma amigo: Felicidade, eu sei onde se asila, reside calma e segura na consciência tranqüila. Muita paz meu irmão de fé e amor ao próximo. Que continue me aturando e nos ensinando por muito tempo, aqui e no "logo mais". Abraços fraternos.
ResponderExcluirQuase sempre buscamos sentido existencial nas coisas efêmeras, quando deveria ser nos valores perenes, aqueles vinculados ao ser imortal que somos, por isso as decepções constantes.
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