A FANTÁSTICA EXPERIENCIA DE VOLTAR PARA CASA

Esse texto surgiu de uma conversa que tive, ontem à noite, com um amigo. Ele viaja muito, assim como eu. Falávamos sobre vivencias em comum quando ele, com um sorriso suave, me disse: Por melhor fosse o lugar onde estivéssemos, nada se compara à emoção de voltar para casa. O foco dessa colocação era a saudade que sentimos dos filhos e do lar. Quantas vezes estava feliz pelo trabalho realizado em um Estado distante de Pernambuco e pelo afeto recebido dos confrades destas localidades, mas uma saudade insinuante me fazia antever os sorrisos das minhas filhas, seus carinhos e o grito que elas davam ( quando pequeninas ) "painho!"no momento em que eu despontava na porta de casa...É indescritível a a natureza da emoção e da alegria que sentimos. A importância que sentimos ter ante a demonstração de felicidade delas por nosso retorno é impagável.

Várias vezes, com o avião sobrevoando as luzes do Recife, me peguei sorrindo aparentemente sem motivo, tentando advinhar como seria a reação delas com a minha chegada. Em diversas ocasiões, lá estavam elas, acompanhadas de minha esposa, no saguão do aeroporto, me fazendo uma surpresa. Era mais que uma compensação pela saudade que sentia dos companheiros que eu havia deixado nos locais das palestras.

Ah, voltar para casa! A  parábola da volta do filho pródigo serve para termos uma idéia mais ampla dessa "religação" ( e tem que ser entre aspas pois nunca, na verdade, nos desligamos dos corações queridos quando estamos longe. Parece que eles se tornam mais presentes ainda). Os beijos, os sorrisos, o olhar de satisfação, o cheiro próprio do nosso canto. Lembro quando passei cinco dias em São Paulo e ao retornar, os lençóis pareciam "vivos", como que estivessem em festa pela minha volta. Certa feita, retornando de uma jornada em Salvador, Bahia, após uma semana fora, o travesseiro tinha um perfume que, em minha alegria da volta, parecia não ser desse mundo ( dá para ver como sou exagerado com as figuras de linguagem ).

Sou muito feliz nas viagens pregando a mensagem espirita e do evangelho. O carinho extremo dos tantos amigos de cada local, a atenção afável e generosa dos que me recebem, as gentilezas e cuidados dos anfitriões, tudo forma uma onda paradisíaca que torna muito ameno o serviço pela causa que abraçamos. Ameniza a saudade da família, qualquer cansaço que surja na viagem, as dificuldades com temperaturas díspares e alimentação diferente...porem, não há como não valorizar aquele instante em que sentimos, por antecipação, os braços acolhedores dos nossos amados, ainda na estrada ou nos céus do país. Não há como não desenhar, na mente, a geografia do nosso espaço de casa, onde cada coisa está, onde nossas vibrações estão impregnadas.

É, sem dúvida, uma fantástica experiencia essa, de voltar para casa.