Peço permissão aos participantes do nosso blog para fazer uma abordagem mais especifica, referente aos problemas da cidade onde reencarnei na presente etapa. Rogo a paciencia dos diversos leitores de outras cidades do Brasil e do exterior, que nos honram com suas participações, pelo trato que darei sobre questões relativas ao Cabo de Santo Agostinho, município da área metropolitana de Recife e hoje um dos principais municípios da região Nordeste, face à presença dos altos investimentos no Complexo Industrial e Portuário de Suape.
Claro que trago na memória a cidade singela e pequena de minha infância. E naturalmente que acompanhei sua transformação em cidade industrial na década de sessenta, consolidando-se na década de setenta do século XX. Nos dias atuais, não se fala em outra coisa por essas bandas que não Suape e as inversões que realizou em todo o seu entorno, abrangendo desde Ipojuca, cidade onde se localiza o porto, Cabo de Santo Agostinho, que tem boa parte do parque industrial do porto em suas terras, alem, claro, do efeito multiplicador dos grandes investimentos em outras cidades circunvizinhas, como Escada, Ribeirão, Jaboatão dos Guararpes, etc.
Me deterei sobre o Cabo. Assiste-se, na atualidade, o avanço de um caos urbano. Inchada pelo grande fluxo de trabalhadores que vieram para a implantação das empresas, tais como Refinaria de petróleo, polo petroquímico, estaleiros, hélices para usinas eólicas e tantas outras, a cidade não se preparou adequadamente. A ausencia de planejamento urbano, sabemos, é um problema nacional. As coisas parecem que vão sendo tratadas à medida que os problemas aparecem. Não se estrutura, não se antevê o mal para que seja sanado. E fica mais cara a solução.Temos hoje inúmeros desafios que, espero, os candidatos à prefeito que concorrem no pleito deste ano,levem em consideração e tratem nas suas campanhas, sobretudo, discutam com a população e encontrem os caminhos para solucionarem, quando possível, ou venham a minimizar determinadas situações.
Seja qual for o vencedor à prefeitura de minha terra, gostaria que observasse a profunda degradação da qualidade de vida dos cidadãos cabenses. A favelização do município é mais que evidente. Ruas entupidas e sem ordenamento do comércio informal é característica a saltar aos olhos de quem chega`a cidade. Alguns dos meus amigos que vem de outros Estados fazem referencia à sensação de caos, de grande pressão que sentem ao adentrarem no núcleo urbano. Para os que residem na cidade não há parques para o momento de integração social, coletiva, familiar. Não encontramos praças decentes, agradáveis, aconchegantes. Só cimento "duro". Os bairros periféricos são fornalhas onde se preparam explosões de violencia e drogadição. Sugiro a implantação de equipamentos de lazer e de apresentações culturais, com a devida preservação destes. Que se espalhe, em cada bairro, bibliotecas públicas, que não sejam acanhados e mal cuidados prédios e sim, belos e reconfortantes estações de leitura, locais que se incentive, sobretudo, as crianças e os jovens, a mergulharem no universo das letras. Por que não acreditar que isso é possível? Tudo é questão de hábito. E por ser em bairros periféricos, não tem que ser um projeto arquitetônico acanhado, mal efetuado, como se fosse um favor para os seus moradores. Recordo quando trabalhava na secretaria de cultura do município, um evento que realizamos com a Orquestra Sinfônica do Recife. Diziam que a população não entenderia, que iria vaiar e até produzir outros tipos de constrangimento. Orquestra sinfônica em praça pública? Loucura, afirmavam. Insistimos, porem. O resultado: fisionomias emocionadas, aplausos entusiasmados, silêncio na apresentação...tudo oposto do que diziam. E não foi feito qualquer campanha pedindo comportamento adequado. E depois, vários pedidos para que repetíssemos a dose. E foi assim, tambem, com o Festival Nacional de Artes que realizamos, com grupos de dança se apresentando no mesmo local, em praça pública. Por que só oferecer aos menos favorecidos econômica e socialmente só músicas de má qualidade?
Qualidade de vida é recurso capaz de contribuir para redução de índice de violencia. Acredito nisso.
A cidade deve existir para o cidadão e não este para a cidade. Como está, atualmente, a pessoa é que deve se adequar ao caos urbano. É preciso pensar a cidade para o ser humano. Outra coisa que enfeia o municípiio é o descaso com a orla. O litoral, composto de belas prais, como Gaibu, Calhetas, Nazaré e outras, encontra-se em crescimento desordenado. Constrói-se de todo jeito, conforme o gosto do dono da área. Resultado: uma imensa favela. Invasões a beira da estrada principal é o cartão postal de quem vai chegando ao que antes deveria ser um destino turístico capaz de fomentar desenvolvimento econômico, com geração de emprego e renda. Mal tratado, o litoral parece agonizar. Sem falar na proliferação do tráfico de drogas. Investir na segurança da área, favorecendo a que as famílias dos que visitam a cidade e de seus moradores encontrem essa que é a mais democrática das diversões: o banho de mar. Ordenamento das barracas, com o devido cuidado no que toca à higiene de comidas e bebidas comercializadas no local. E padronização das barracas, alem, claro, do controle dos decibéis de carros de som , atormentadores da paz pública e do sono de tantos.
Espero que o novo prefeito envide esforço para investimento em saneamento básico. É saúde para a população, economizando na ponta. Ou seja, onde existe saneamento básico a população é mais saudável, adoece-se menos e a rede pública fica menos sobrecarregada. o que não for da alçada do prefeito deve, no entanto, receber deste projeto e reivindicação, como é o caso do saneamento
Recordemos que onde não há opção sadia de divertimento, ocupará este espaço a degradação do ser humano. E as famílias se retraem, fazendo que a cidade perca vida, dinamismo.Os moradores terminam por se sentirem prisioneiros da cidade e não seus usufruidores. Não basta, portanto, dizer que se vai atrair mais empresas, que vão gerar mais empregos. É preciso uma outra mentalidade. O bem estar da população tambem favorece geração de renda, um outro tipo de economia, a economia moderna dos serviços, que abrange rede médica, cultural, de lazer, turismo e tecnologia.
Hoje, como está, a cidade do Cabo de Santo Agostinho estaria localizada em um dos piores índices de qualidade de vida não só da região mas de todo o Brasil. Como costuma falar um irmão meu: "tão pobre, que só tem dinheiro". Que os nossos candidatos ao executivo dessa importante cidade do Estado ousem, apresentem propostas factíveis e criativas, capazes de acenar com uma era melhor, conjugando empresas e bem estar social. A população precisa. O cidadão necessita. A cidade implora.
Concordo com você amigo Fred, se fizéssemos o marketing do bem ele certamente seria mais "imitado" e praticado, se não investirmos na qualidade de vida em toda parte talvez retornaremos a estes locais esquecidos por nós no passado. Lembro que disse para um amigo, após ele dizer que o prefeito do seu município iria asfaltar a rua onde ele mora : Sim, ele vai asfaltar...quando voltar como trabalhador do departamento de infra-estrutura, com as próprias mãos. Foi uma piada, mas sabe que pode vir a se tornar realidade! Abraços fraternos!
ResponderExcluirCaro Frederico parabenizo-o pela brilhante reflexão sobre a degradação urbana que está acontecendo em sua cidade, sou de Maceió e a nossa situação urbana também está muito degradada tanto do ponto de vista social, fratenal e ambiental. Para começarmos a mudar essa situação é preciso que o voto de nossos írmaõs seja bem utilizado. Uma outra situação é termos írmaõs candidatos comprometidos com o beme estar da população, que é o que pouco temos, pois a maior parte de nossos candidatos representam interesses próprios e de alguns setores.A minha Cidade Maceio tem apresentado elevados índices de violencia e também apresenta a pior avaliação das capitais nordestinas no IDEB. è preciso que os írmaõs maceioenses pensem bem na hora de votar e o próximo prefeito eleito busque governar para o bem estar da maioria dos maceioenses.
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