Encontrei um grande amigo esta manhã. Notei que ele se encontrava um tanto abatido. Naturalmente, indaguei a razão daquele estado que estava patente. A resposta não se fez esperar face ao fato de nos darmos muito bem há anos. Segundo ele, havia decepcionado algumas pessoas e estava se condenando, sentindo-se a pior pessoa da Terra. Dentro de minhas limitações procurei lhe reerguer o estado de espirito fazendo algumas reflexões em conjunto. Procurei mostrar que, de alguma maneira, e até certo ponto, era importante que ele se incomodasse com o fato. Afinal, há causas justas que devem merecer nosso cuidado com objetivo de transformação. Por outro lado, mostrei que aquela sua percepção de que havia desencantado alguem precisava de um limite e era, tambem, oportunidade de se conhecer um pouco mais. Aquela cobrança exagerada que fazia de si mesmo não estaria sendo consequencia do fato em que encontrava-se condenando-se pelo fato de não ser o que esperavam dele ? Nosso ego é muito forte e, dentro do que já abordamos aqui mesmo no nosso espaço, fiz ver que alimentamos imagens à nosso respeito, como se já fôssemos exatamente aquilo que as pessoas esperam de nós ou que nós mesmos pensamos que já somos. Ele me olhava um tanto perplexo. Prossegui tentando mostrar-lhe que, talvez ele estivesse sofrendo mais pela auto imagem arranhada do que pelo fato em si, que por si, claro, já solicita uma mudança de nossa parte. Lembram da questão aqui abordada à respeito ?
Pensei com ele como tudo isso abre oportunidade de investirmos no âmbito das alterações mais profundas, intensificando a análise sobre o ser que somos. É o conhece-te a ti mesmo. Ele aguardasse a oportunidade que viria, com certeza, para refazer o que, segundo sua própria definição, teria provocado de maneira infeliz sobre a vida de allguem. Penso que é dessa maneira que devamos entender o ser indulgente para com as faltas alheias e ser severo para conosco mesmo, nas páginas do evangelho.
Notei que, ao nos despedirmos, parecia que estava um pouco mais sereno. Por último, ele falou que sofrera crítica dura de uma criatura que jamais esperava, alguem que ele tivera oportunidade de ser útil e vivia lhe abraçando afetuosamente. Então, amigos, lembrei a ele que não se preocupasse tanto com as limitações dos outros. Que se lembrasse de uma frase que diz: "...a mão que afaga, é a mesma que apedreja". Porisso, devemos servir e passar. E fechar o ouvido para o que vem depois, nos que diz respeito ao entusiasmo de quem foi auxiliado. Afinal, o bem que possamos fazer deve ter como motivação o próprio bem e não a gratidão do outro. A história está cheia de casos em que o auxiliado e admirador dos tempos idos, transformou-se em algoz nos momentos de agora. Isso é oportunidade para verificar até onde o que nos fere está correto em suas observações. Quanto à possível falta de caridade do irmão, hora de entendermos e perdoarmos, estancando o sangue com o silencio da oração e a serenidade do trabalho no bem. Exatamente porque, tanto quanto ele, nós tambem erramos.
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