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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

SOBRE AS OLIMPIADAS

Um participante, que não se identificou, postou comentário não concordando com a colocação que fiz referente ao desempenho pífio do Brasil em Londres ( assim como em outros jogos). Tocado, talvez, por um ufanismo característico do nosso afável povo, afirmou o comentarista que ainda poderíamos repetir as quantidades de medalhas de Pequim e aí, eu iria "queimar" a língua. Colocou, ainda, que estávamos na frente de alguns países, etc. Ora, primeiro, o desempenho em Pequim foi pífio, portanto, não vemos glória alguma em repetir o número. Segundo, o mais importante da abordagem que fiz, se o amigo não se apercebeu, não estaria relacionado em ganhar e ganhar...não! Fiz referencia ao fato, constatado pelos números, que os países que apresentam melhor desempenho, são países que superaram certos estágios infelizes, relacionados à pouco investimento ( ou melhor, investimento qualificado ) na educação, alcançando, esses países, destaques não apenas nos esportes mas, sobretudo, na capacidade de inovação, inventividade, produção científica, desempenho nas provas internacionais de avaliação da capacidade em língua, ciencia e matemática e, complementando, produzindo pesquisadores premiados aos montões. Junto à isso, esses mesmos países possuem grandes universidades, catalogadas como as melhores do planeta. A China é um bom exemplo disso: desde que passou a cuidar da educação como prioridade, a promover a criatividade de seus cidadãos, cresceu intensamente, embora ainda seja um país em desenvolvimento mas apresenta um aumento na produção científica e tecnológica admirável e tornou-se uma potencia olímpica. Ou seja, há uma relação entre os dois fatores. O Brasil possui potencial para muito mais.

Vejamos a história: A Suécia era um país atrasado no começo da década de quarenta. Revolucionou sua sociedade investindo na educação ( sem os mecanismos retrógrados da ideologia ). Tornou-se uma nação das mais igualitárias do planeta. A Coreia do Sul, na década sessenta, era mais atrasada que o Brasil. Passou nosso país em todos os critérios e sua sociedade é das mais avançadas e ricas da Terra. O caminho trilhado ? educação. A Austrália era, até o começo da década de setenta, uma país remoto, atrasado. Hoje é o que é. Uma nação desenvolvida econômica e socialmente. Interessante é que os índices de corrupção desses países são, em geral, baixíssimos e quando aparece algum caso, existe a ação da lei.

Bom, mas enfatizo o parágrafo acima e peço ao amigo que releia a abordagem que fiz referente ao tema. Lá está escrito que minha visão não estaria relacionado com "GANHAR". APROVEITEI O DESEMPENHO PARA ENFATIZAR A EDUCAÇÃO. Na verdade, companheiro, o ufanismo que nos impede uma "boa leitura" da realidade, é que, mais que queimar a língua, pode provocar um incendio.

AH! ainda que o Brasil ganhe todas as medalhas daqui para frente, isso não mudaria minha avaliação pois, como eu escrevi, a questão tem maior amplitude. E torço, claro, pelo Brasil....rrsrsrsr. E pode continuar trazendo sua contribuição. E discordando. Isso é salutar. Acrescenta visões diferentes. Muita paz e um abração.

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