Toda pessoa de bom senso e um mínimo de sensibilidade anseia por uma sociedade mais igualitária, mais justa, mais solidária. Isso não será alcançado, creio, com decretos e imposições. A questão é muito mais complexa. E me preocupa quando os nossos governantes estabelecem a cultura das cotas, sobretudo da maneira como vem ocorrendo. Nos últimos dias, divulguei aqui uma pec que aguarda aprovação, tratando da criação de cotas para os homossexuais, reivindicação esta apresentada pela senadora Marta Suplicy. Não dá para encontrar fundamentos e justificativos neste tipo de cotas. Agora, o Senado aprovou uma solicitação de uma deputada do PT para que 50% das vagas nas universidades federais sejam reservadas para os alunos que estudaram o ensino fundamental e médio nas escolas públicas. Até certo ponto entendo a preocupação que deve ter originado o projeto de lei: alunos que estudaram nas escolas particulares , em geral, mais eficientes que as públicas, teriam mais oportunidades de estudar nas universidades publicas que os alunos dos educandários governamentais. Penso que, sem dúvida, isso ocorre e precisa ser superado, no entanto, acho que o caminho não é esse. Vamos nivelar por baixo a universidade brasileira por um motivo sequencial: as escolas públicas trazem um nível de ensino muito baixo, são escolas sem estrutura, com professores desmotivados e, em muitos casos, até despreparados, favorecendo um sofrível nível de aprendizado. Uma boa parte desses alunos, conforme o sistema de cotas, entraria nas universidades federais, sem qualquer condição e, como sabemos, as universidades não irão corrigir a deficiencia dos ensino anterior. O resultado, fácil de saber: o que já é deficiente vai se tornar pior no médio prazo.
A lógica indica que teremos que investir na recuperação do ensino publico na base, nos ensinos fundamentais e médios. Pesquisas diversas comprovam que uma percentagem elevada dos nossos alunos mal conseguem ler e não compreendem o que estão lendo, sem falar a extrema dificuldade relacionada com a matemática. Ciencias, nem pensar. Ora, o investimento deve ser aí, qualificando o ensino público dessa base e com isso favorecendo a capacidade dessses alunos compertirem em condições mais igualitárias com os estudantes das escolas particulares, que não são, diga-se de passagem, tão superiores assim.
Alem de não melhorar o ensino nos estágios iniciais, corre-se o risco de fazer decair o nível do ensino superior , que já não é lá essas coisas. Será que estou errado °?
Dá mais trabalho e desafia nossa competencia mudar o que está errado e ineficiente do que criar o sistema de cotas. Sei que cada país tem suas peculiaridades, suas características, mas não custa nada fazer uma leitura histórica para entender como determinadas sociedades enriqueceram e tornaram-se desenvolvidas. Lá está, nas páginas da história, o investimento adequado na base no que diz respeito à educação, gerando o "Up Grade" do país em todos os sentidos, melhorando a qualificação dos cidadãos e promovendo justiça social. Foi assim com a Coreia do Sul, a Austrália, a Suécia, Tawan, a China, só para ficar nos casos ocorridos de oitenta anos para os dias de hoje. Os países que citei eram, nas décadas de cinquenta e até setenta do século passado, países não desenvolvidos. A Suécia cresceu de cinquenta em diante, Coreia do Sul de sessenta para os dias de hoje, a Austrália tornou-se uma potencia social a partir da década setenta. Todos tiveram na educação, formando gerações com sistema educacional meritório, renovado, a força geradora das conquistas que admiramos nos dias de hoje.
Que os alunos das escolas públicas possam ter acesso às Universidades por estudarem em escolas melhoradas, de melhor nível e não pelo fato de terem estudado nas escolas inferiores. Isso é tapar o sol com a peneira, escondendo a incapacidade de melhorar o que lhe cabe fazer, no caso me refiro ao poder público. Lembro ainda que a classe média brasileira não é uma classe abastada, que vive sem aperto. Pais se desdobram, se endividam, para que seus filhos estudem em melhores condições. Se existisse o reconhecimento da qualidade nas escolas públicas, esses pais da classe média não pagariam, de novo, para ofertar educação de qualidade aos filhos. De novo pois, que já se paga imposto para ter educação e saúde de qualidade e não se tem. O recurso financeiro da classe média não é, apenas, para a despesa em educação. Um sem número de compromissos se avoluma. Afinal, segundo as últimas informações governamentais, quem ganha trezentos reais per capita é considerado classe média e, em números absolutos, R$ 1. 040, 00 classe média alta. Dá para dormir assim ? Mas, confiemos, há de melhorar...
Fred, a questão das minorias é bem mais complicado.
ResponderExcluirÉ lamentável, porem é fato essa abordagem muito interessante, realmente não se pode resolver um mal sem arranca-lo pela raiz, essas proposta de emenda constitucionais tem objetivo de fazer valer o que está escrito em nosso texto constitucional como clausula pétrea, todos tem direito a dignidade da pessoa humana, nesta ótica temos: isonomia, saúde, educação, salario capaz de garantir uma vida digna, muito lindo o texto da nossa carta magna, contudo ineficaz, a realidade é outra e com certeza a cura para essa enfermidade é realmente a educação, esta sim e sem duvidas o pilar para um Estado se desenvolver e oferecer politicas publicas mais justas, e digo mas não só há carência nas escolas publicas, as particulares também, tenho que concordar com o doutor Augusto Cury, em uma das suas obras ele enfatiza que o “conteúdo e o programa de ensino são engessados, os professores são obrigados a seguir um rígido programa, os alunos são bombardeados com milhões de informações inúteis. Eles se estressam e estressam seus alunos , uma vez que a função da memoria não é ser um banco de dados, mas um suporte da criatividade, os alunos não são estimulados a criticar, questionar, discordar, o sistema educacional esta em crise, ele diz nunca uma classe tão nobre foi tão desprestigiadas como os professores”, acho tão importante e necessária para a humanidade a atividade educacional que os professores deveriam receber um salario tão digno como de um deputado, juiz, promotor enfim, esse parece um problema que ainda vai perdurar, ainda não há interesses de nossos administradores estatais que os jovens tenha oportunidades de mostrar sua capacidade de criar, inovar mudar o mundo, estes que estão nos bancos acadêmicos serão os futuros profissionais, inclusive na politica, esse é nosso sistema é mas fácil criar essas medidas do que fazer valer o que nosso estado democrático de direito diz que assegura a seu povo.
ResponderExcluirA entrada na Universidade pode até ser facilitada pelas cotas. Difícil será a conclusão do curso. Pois professor algum aprovará aluno por ser afro-descendente,homosexual,etc. O que realmente importa é o mérito do aluno esforçado, independente de suas origens. Entrar é fácil, sair é que é difícil!
ResponderExcluirEsta maneira forçada de tapar o sol com a peneira não atinge excelência só satisfaz politicamente aos números que dão a falsa impressão ao capital estrangeiro e a quem interessa possa que diminuímos as desigualdades nos líames educacionais. A estrutura que pode salvar de uma vez a desigauldade do conhecimento precisa ser restruturada na escola de base. Um questionamento ao Irmão: Boa Tarde querido Irmão em Cristo Jesus Frederico Menezes.
ResponderExcluirNobre Irmão, domingo assistindo o fantástico da tv globo algo me chamou a atenção: Era o fato de muitos homens ou melhor pessoas do sexo masculino que não aceitam seus corpos irem em busca da operação da mudança de sexo. Fred o venerável Médium Chico Xavier no livro "Missionários da Luz" através do Espírito Andre Luiz relata um fato que o corpo humano passa por moldes, onde é apresentado ao espírito as vestes corpóreas que ele utilizará na terra, e neste momento havia dois espíritos que desejara vir com problemas físicos e mentais para ajudar a suportar as provas. Fred se uma pessoa no plano espiritual programa-se para aquele corpo moldado a sua nova existência aceitando a condição de ser homem e vindo a terra, procede com a mutilação do orgão genital reprodutor masculino; Que consequência terá seu prerispírito numa vida futura?
É explicado a condição do suícida quando ele atira em sua própria cabeça, se envenena, se enforca, se atira de um local etc e tal, em seu retorno ele terá sérios transtornos, a condição de um profissional de medicina que ajuda a uma mãe praticar um aborto, e no caso deste cirurgião da Indonésia que faz a extração de uma membro, sem perceber que também está mutilando o perispirito que foi moldado a ser naquela condição?
Um grande abraço
Domonte.
Exatamente isso!
ResponderExcluirAs pec´s estão criando um outro nicho, os excluídos das universidades, todos sabemos que alguns pais fazem um grande sacrifício para manter seus filhos em escolas particulares, visando um melhor formação, tentando suprir a ausência do poder público, ou melhor, ausência de investimentos na educação de base,o mesmo acontece com a saúde( pagamos planos de saúde), seguranças (contratamos segurança particular, seguro de veículo), transportes publico (sacrifício para ter um transporte particular), enfim...
A falta de visão e de compromisso com a reestruturação é uma realidade e que vem sendo nutrida com esta política de exclusão.
Em que uma pessoa negra (Afro descendente, é politicamente correto), um homossexual, um aluno do ensino público, um indígena é melhor, ou pior do que uma pessoa branca (existe termo politicamente correto para pessoa branca?), um heterossexual (daqui alguns dias será crime, dizer-se heterossexual), uma aluno de escola particular, ou descendente de europeu (será que ainda existe essa pureza toda?), somos todos iguais, somos todos pessoas que merecemos respeito e temos direito de ser diferentes.
O poder publico não pode fazer distinção de raça, credo, posição social, opção sexual ou qualquer outra escolha do cidadão, desde que dentro da lei. É função dele (poder publico) e da sociedade organizada, lutar e trabalhar para diminuir desigualdades ao invés de criar novas e nocivas desigualdades.
A sensação que temos, é de que existe um sentimento de revanchismo, de agora é minha vez, de dar um troco, de vingança, ou será somente um atestado da incapacidade dos governantes de fazer justiça social com responsabilidade?
Forte Abraço
Gustavo Cajueiro
O problema reside na falta de interesse dos governantes do nosso País que o povo desenvolva uma consciência crítico-reflexiva, e se tornem cidadãos atuantes; preferindo que continuem subjugados à alienação de uma educação implementada em bases superficiais, maior quantidade de alunos nas escolas, faculdades e universidade (para se atingir as metas do governo), sendo que sem QUALIDADE no ensino ofertado, uma em detrimento da outra, e não qualidade-quantidade aliadas. Não há excelência no ensino brasileiro, em nenhum nível de aprendizagem. E por que será? A nossa democracia é exercida por meio de representantes eleitos, em poucos e desconhecidos casos (pelo menos para a maioria) observamos a participação popular; sendo que o povo brasileiro participaria ativamente dos processos decisório se tivesse conhecimento para tal; com isso, pode-se dizer que chegamos ao 'X' da questão: É de interesse dos nossos governantes essa participação ativa do povo? Ou querem continuar governando a seu bel-prazer, na medida dos seus interesses, que, em muitos casos, estão aquém aos nossos? Precisamos aprender a votar! Precisamos gostar de política! Precisamos de educação de qualidade, saúde e segurança! Precisamos de tantas outras coisas... E diante de todas essas faltas a que percebemos, questiono: E o fundamento máximo da Constituição Brasileira: a proteção da dignidade da pessoa humana; vislumbramos de fato? “A gente não quer só comida”. Temos sede de participação efetiva, contudo, não temos o que falta para saciar essa sede: Educação de qualidade. Sem ela o gigante continuará adormecido.
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