Este é um problema que sempre desafiou as diversas escolas filosóficas de todas as épocas, mesmo aquelas que estavam seguras de suas definições. O mal causa divergencias, inseguranças e questionamentos, sobretudo, em quem se encontra no campo do ceticismo ou da negação. Como conceber o mal num universo criado e administrado por Deus, Sapiencia Infinita, Misericórdia Ilimitada e que estabeleceu o Amor como sendo o alimento da vida?
Com o pensamento espirita verificamos que a questão se esclarece, associada à outros fatores, demonstrando que necessitamos ter uma visão de interligação entre todas as coisas que existem. O mal, então, se apresenta como sendo um quadro distônico, um desajuste temporário nos seres, um distúrbio comportamental proveniente do livre arbítrio de que somos dotados. Uma outra expressão do mal para nós é o efeito que certas situações provocam em nossa vida, tais como uma ação instintiva de um animal que nos atinge ou um acontecimento que nos desagrada, nos constrange ou nos causa algum mal estar. Portanto, no primeiro caso, o mal nem é uma criação de Deus e nem uma desatenção dele para conosco. É o usufruto de cada ser em sua liberdade relativa de auto construção, submetendo a sociedade aos ditames do mundo de relações. E no segundo caso, os acontecimentos são elementos pedagógicos, geradores de experiencias e agregadoras de vivencias. Não somos máquinas e sim, espiritos que se constroem, que se edificam com mérito próprio através das experiencias. Deus, enfim, não tem culpa.
O mal será sempre temporário. Em algum momento da estrada, a alma envolvida nas sombras buscará a luz e o acontecimento "prejudicial" terá cumprido sua função, propiciando um novo momento para o ser. Chegamos aí no clichê tão conhecido, mas verdadeiro: Tudo Passa! e indiscutivelmente, passa. Não há como algo negativo ser permanente em nós. Terá a duração que o permitirmos em nossas necessidades. Se somos nós o desencadeador do mal, a partir do instante em que penetrarmos em outras estruturas de comportamento, saímos da linha demarcatória da desarmonia e encontraremos uma realidade bem diferente. E se for uma circunstância a nos atingir a vida, seja como consequencia de vidas anteriores, seja por situação oriunda do presente, tambem será encurtada ( ou não), de conformidade com a absorção, por nossa parte, das lições que aquilo nos traz. Enquanto perdurar a necessidade poderemos ter a companhia de determinadas situações. Ou enquanto não buscarmos mudança de estratégia e atitude para solucionar, envidando esforços à rearmonização de nosso ser.
Como a escuridão é a ausencia de luz, o mal é o desajuste que interfere na produção do Bem em nosso coração. Cessando a causa, cessa o efeito. Desaparecendo a necessidade, surgem outras experiencias e, assim, a alma cresce, avança. O fanal do espirito é a plenitude. Toda a Lei funciona para que o ser atinja esse desiderato. E o alcançaremos. No ritmo que cada um imprimir aos próprios passos, conforme seu livre arbítrio.
Fred, é muito bom visitar seu blog e ler seus textos e poesias. Parece mesmo que estamos conversando com você, pessoalmente. Aproveito o ensejo e peço que transmita a todos da Casa do Caminho, os nossos agradecimentos pela atenção e carinho, já que não pudemos nos despedir de todos, nesta última visita. Um grande abraço!
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