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quarta-feira, 17 de julho de 2013

SAÚDE PÚBLICA

Peço desculpas ao Renato, participante do nosso espaço, que já há alguns dias havia me solicitado opinião à respeito da vinda de médicos estrangeiros para trabalhar no país, dentro de um projeto do governo federal para melhoria da saúde pública brasileira, pelo fato de só agora abordar o assunto. Não costumo deixar sem respostas a qualquer solicitação de abordagem. É que surgem idéias aqui, outras questões acolá, umas mais de acordo com o objetivo central deste blog e a gente vai, às vezes, postergando. Mas vamos ao ponto, isso é o que interessa.

Primeiramente, toda tentativa de melhoria no atendimento à sociedade brasileira será sempre bem vinda. Não entrarei no mérito do que se debate nos meios de comunicação sobre: "por que não fez antes? só fez pressionado pelas ruas, no calor das quedas nas pesquisas, etc". Isso deixo para analistas políticos ou militantes. As colocações que farei serão as de um cidadão que deseja todo acerto que traga melhoria para o povo, venha de onde vier.

Segundo: é verdade que existem localidades onde escasseia a figura de médicos. Isso precisa ser sanado. Segundo as autoridades do país, muitos médicos não se candidatam a ir aos rincões mais remotos, às cidades mais distantes dos grandes centros e, até, às periferias dos aglomerados urbanos. Segundo lemos dos profissionais em questão, o problema, alem dos salários, estaria nas condições destas localidades para o bom exercício da medicina. Temos aí duas visões ou ângulos de um mesmo problema.

Analisando tudo, penso que o problema da saúde no Brasil não se restringe a questão da falta de médicos, conquanto isso necessite, ao meu ver, ser resolvido pois não haverá prática médica em um local sem médico. Existem muitos outros elementos que precisam ser tratados pelo governo adequadamente. Faltam nas pequenas cidades e regiões remotas desde hospitais a medicamentos. Essa é uma realidade, tambem, nas grandes cidades. Basta verificarmos o  dia a dia nas grandes e médias cidades: pacientes nos corredores, filas enormes na ânsia de atendimento, falta de esparadrapos, medicamentos, gases e, até, luvas. Tenho amigos médicos e sei da angústia que sentem ante o caos que tem que vivenciar todos os dias para atender a população mais carente. Nesses lugares não faltam médicos e sim, estrutura e gerenciamento. Não é justo passar a impressão que a má saúde pública é devido ao fato dos médicos não desejarem ir a certos lugares. Não é o caso, por exemplo, neste parágrafo da postagem.

Já no interior a ausência de médico é um dos elementos a fortalecer o caos. É aí que aparece o nó da questão do projeto governamental. Segundo divulgado, Brasília oferece salário de dez mil reais aos médicos que vierem do exterior para atender à necessidade. Ora, é um bom salário. Por que não já ter oferecido isso para os nossos médicos, formandos ou não, a fim de estimular suas idas onde se faz importante que estejam? Junte-se a isso, a infra estrutura que se faz imprescindível. Não basta que médicos espanhóis ou ingleses, alemães ou norte americanos  atendam ao apelo. Eles vão querer ( e vão precisar) de material, laboratórios, equipamentos ( de raio X, ressonância, etc), enfermeiros. Quantos aparelhos de raio X, nas capitais e no interior, não estão quebrados há anos, e encostados em depósitos úmidos e fétidos?

Outro problema que, acredito, o governo necessita trabalhar, é a averiguação da real capacidade dos médicos estrangeiros que atendam ao chamado. Se um médico brasileiro vai atender em qualquer desses centros internacionais precisam comprovar sua capacidade e está correto isto. Trata-se da vida dos cidadãos. Sou, portanto, favorável, ao REVALIDA, para atestar a capacidade profissional dos contratados.

Portanto, Renato e amigos, o tema comporta uma abordagem mais ampla pois o problema é mais complexo e saúde pública não é só ter ou não médicos em determinados locais. É, tambem,.se eles poderão atender a população sem os recursos e o gerenciamento correto destes. Se vierem mais médicos, ótimo, mas nada será alterado se eles, assim como os médicos brasileiros, não puderem nem mesmo solicitar um simples exame de praxe.

Um comentário:

  1. Sensatez é uma característica que deve ser levada em consideração,portanto meu comentário é lacônico:CONCORDO COM SUAS PALAVRAS!!!

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