MÃOS DE AMOR

O centenário de nascimento do médium Chico Xavier vem catalizando a atenção da grande mídia e, com isso, o Espiritismo, assim como o pensamento espiritualista, ganha espaço nobre nas reflexões da população brasileira. Depois de seu desencarne, o venerável médium contribui com o mesmo encanto para a divulgação espírita.

Eu o conheci. Posso dizer que conheci as mãos do amor. Mãos que fizeram brotar a esperança e a paz em milhões de corações pelo planeta, graças a psicografia consoladora. Mãos que se fizeram ninho, albergando a dor de muitos e acariciando as frontes maceradas pelas amarguras da vida. Mãos que se incendiaram de ternura para espalhar esse fogo sagrado que é a fraternidade, socorrendo as inúmeras lágrimas que escorrem nos labirintos do mundo.

Eu conheci um coração na forma de abençoadas mãos e que se tornou manjedoura dos aflitos, acomodando a alma agoniada nos braços da sua incansável solidariedade.

Em meio da multidão que ele atendia, que aquelas mãos socorria, quantos lhe indagavam sobre suas dores, seus sofrimentos intimos? Creio que ninguem o fazia. Queriam dele o olhar amigo e o toque suave de seu carinho, desejavam seu consolo e a sabedoria que jorrava de seus lábios possuídos pela luz do amor. Sua dor não fazia parte dos interesses da multidão e nem ele queria que isso ocorresse. Ele queria sempre esquecer de si para fazer feliz os outros.

Beijei as mão do amor e em meus lábios ficou o sincero desejo de, um dia, poder ser mão de amor, como as dele.