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domingo, 4 de abril de 2010

SAUDADE E UM DRAMA

Hoje, domingo de páscoa, estive em nosso trabalho social no município de Goiana, cerca de 65 Km de Recife. Numa área de dois hectares, instalamos o Núcleo de apoio cristão Casa do Caminho. Fazem tres anos. Por motivo de muitas viagens e compromissos de palestras e seminários, não pude comparecer às nossas queridas reuniões que se processam naquela localidade aos domingos pela manhã. Creio que fiquei ausente cerca de quatro meses. A saudade daquelas senhoras simples e sofridas, o carinho transbordante com que elas nos envolvem e suas histórias de vidas dramáticas ampliavam a tristeza que sentia pela ausencia, embora motivada pelo trabalho de propagação da causa. Não é bom ficarmos tanto tempo distante desse alimento espiritual, que é a atividade social e o convívio com essas almas sábias forjadas nos sacrifícios e nas dificuldades de todo o jaez.

Ao chegar ao local, fui recebido com inesquecíveis expressões de afeto e saudades. Sim, elas tambem sentiam minha falta. Uma delas se aproximou vencendo a timidez e me abraçou, derramando- se em lágrimas. Me surpreendi com o gesto. Abracei a irmã e ela disse:"Pensei que ia morrer e não ia mais ver seu Fred". É assim que elas me chamam. Depois que tudo se ajustou, fiz uma exposição sobre Jesus e, na parte final, interagi mais intensamente com elas, indagando- lhes sobre suas vidas. Quando chegou a vez da senhora que chorou abraçada comigo, ela me surpreendeu mais uma vez, afirmando que na semana anterior havia tomado metade de um vidro de comprimidos desejando morrer. Não suportava mais a bebedeira do marido e haviam matado seu filho. Foi como uma bomba no ambiente.

Quantos dramas nossos assistidos não vivenciam, bem como todos os seres humanos que nos rodeiam? Procurei, naturalmente, reconfortar e orientar a querida amiga. Mas me ficou o alerta para estarmos atentos às situações mais escabrosas e daninhas que alguem conhecido ou não possa estar vivenciando ao nosso lado e não percebemos. O depoimento da irmã foi uma grande lição na manhã de hoje.

Foi uma páscoa de saudade e de reconhecimento dos dramas humanos. Nosso coração necessita estar aberto para se sensibilizar com esses dramas e as mãos devem estar atentas para servir em meio à esses conflitos marcados por desespero muitas vezes silencioso. Voltei para casa com a alma reflexiva. Olhei para o horizonte e deixei o pensamento ir ao encontro do Amigo Inesquecível, que nos disse(tema de minha palestra hoje): "Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei"

5 comentários:

  1. Fred....o seu relato me faz refltir sobre a nossa realidade coruripense...onde as participantes assíduas do núcleo são senhoras q possuem realidades similares as q vc citou.....são senhoras q no momento das reuniões doutrinárias e em diversas situações contam-nos suas experiências de vida,demonstrando uma fibra interior e uma fé em Deus capaz de superar todas as dores e dificuldades....e q apesar dos sofrimentos vivenciados, nos presenteiam com abraços e sorrisos sinceros extraídos do coração....quanta aprendizagem, quantas lições....resignação,paciência e tantas outras virtudes q elas possuem....♥

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  2. Eu as aplaudo....verdadeiros exemplos♥

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  3. em um drama como este q vc vivenciou hj Fred, só me faz pensar e querer agir cada vez mais em prol do próximo, não importa o quanto dizem q sou isso ou aquilo, mas o q me faz feliz. E é justamente isso, o contato com pessoas mais sofridas, mais experientes e mais vividas que me tornam viva pra vida. Devemos ser todo ouvidos pra essas criaturas e acima de tudo, ajudarmos uns aos outros, como disse Jesus. Não sou um Frederico da Vida, mas te admiro demais, e são nos seus exemplos que procuro me melhorar, afinal de contas sou uma pessoa cheia de defeitos como tantos outros. Um grande abraço meu amigo. Muita paz.

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  4. Meu querido amigo como vai?Realmente muitos espíritas estão distantes das realidades da vida humana e seus dramas pessoais.Participo de um trabalho belíssimo no Írma,com as famílias carentes cadastradas na instituição,de visitação à suas residências,e venho aprendendo muito com essas famílias,me deparo muitas vezes com situações,daquelas que só vendo pra crer.Outro dia visitei a residência de uma senhora que recebe um auxílio da instituição,e seu filhinho participa do grupo de evangelização infantil,que também participo,só que ele faz parte da turma do meu colega de grupo,então meu amigo andava se queixando do comportamento da criança e me pediu para que eu investigasse o que estava acontecendo,e quando cheguei na residência deles,se é que podemos chamar de residência,pois a mesma,era feita de tábua,não tinha piso,era de barro pisado,e estava dividida por uma parede ao meio.De um lado,morava sua mãe ,e do outro moravam a criança com seu pai e seu írmão.Os pais se separaram depois de uma briga horrível que quase terminou em morte,sua mãe tem problemas de transtorno mental e não quer se tratar,por isso que as crianças estão com pai,só que detalhe,o pai é viciado em álcool.Então descobrimos a causa de toda agitação da criança.Hoje estamos auxiliando essa família com tratamento diferenciado,com muito amor e carinho,para tentarmos amenizar seus problemas.Esse foi um dos vários casos que já me deparei,mas que estar sendo muito proveitoso pra mim,pois quando chegamos nas residências dessas famílias,elas nos recebem muito bem,pois se sentem importantes de estarem sendo lembradas por alguém,numa sociedade ainda tão egoísta e orgulhosa.Da minha parte,Só tenho a agradecer ao Pai,por me propocionar oportunidades de crescimento servindo a causa do Cristo,levando uma palavra amiga,um consolo e acima de tudo muito amor pra essas famílias.Desejo que todos aqueles que se dizem cristãos,compartilhem também com os dramas e dificuldades dos nossos írmãos,servindo Como o Cristo e para o Cristo.Muita paz para todos.Joana (Meimei)

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